09/10/2025 - 10:59
Nos últimos dias, uma notícia certamente entristeceu, ou causou raiva, para alguns fãs de Porsche no Brasil. Isso porque um 911 Carrera 2018 foi incendiado de propósito numa área isolada de Lapa, no Paraná. O carro chegou lá rodando, foi estacionado e, logo em seguida, incendiado com a ajuda de um líquido inflamável.
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Proprietário é suspeito
O principal suspeito do atentado, que, por sorte ou azar, foi filmado por uma câmera de segurança próxima (assista o vídeo aqui), é o próprio dono do carro, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) do Paraná. Em boletim de ocorrência, porém, ele alega que sofreu um sequestro a bordo do Porsche, e foi abandonado junto do carro em chamas no local. A PRE diz que as características físicas do homem que incendiou o carro são compatíveis com as do dono do 911, inclusive nas roupas.
De qualquer forma, Porsche incendiado. O carro, de acordo com a Polícia Militar, tinha débitos de IPVA, ainda que a corporação não tenha informado valores. Na tabela Fipe, o modelo vale aproximadamente R$ 700 mil.
Como é o Porsche 911 Carrera?

O Porsche 911 Carrera é um dos esportivos mais tradicionais do mercado brasileiro. Como um todo, o coupé alemão tem mais de 60 anos de história dividida em oito gerações, tendo começado sua carreira lá em 1964, ainda com motores refrigerados a ar. Esse carro em questão, o exemplar incendiado, é da sétima geração, anterior a essa que temos hoje, em seus últimos anos de produção.
Batizada oficialmente de “991”, a sétima geração do 911 Carrera estreou no final de 2011. Tinha uma plataforma e concepção mecânica totalmente inéditas, com direito a uso de alumínio em várias partes da estrutura, o que reduziu consideravelmente seu peso frente a geração anterior. Mas o carro em questão, esse destruído no Paraná, já faz parte da segunda safra dos 911 “991”, apresentada em 2015: além do novo visual, trazia motorização atualizada e mais tecnologias.

Porsche queimado era um 911 GTS
Totalmente destruído pelo fogo, o 911 Carrera em questão era da versão GTS, intermediária, que teve sua estreia no Brasil no começo de 2017. Na época, era um modelo de mais de R$ 680 mil iniciais, que poderia passar dos R$ 760 mil na configuração mais poderosa (sem contar opcionais nem acessórios). Isso equivale a quase R$ 1,3 milhão atuais em média, segundo a Calculadora do Cidadão, do BC.

Por essa cifra, o proprietário levava para casa um esportivo com motor 3.0 biturbo de seis cilindros contrapostos (Boxer), que podia despejar a força para as rodas traseiras ou até mesmo ter tração integral. Esses últimos tinham uma barra de LED interligando as lanternas, como virou moda em SUVs hoje em dia.

Na ficha técnica, 450 cv de potência e mais de 56 mkgf de torque, gerenciado pela transmissão automatizada de dupla embreagem e sete marchas. A Porsche apontava para uma aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 3,6 segundos, com velocidade máxima acima dos 300 km/h.

Todo esse poder soa bonito nas acelerações graças a dupla saída de escape na traseira, e o pacote ainda incluía rodas aro 20, além das suspensões esportivas rebaixadas da própria Porsche (chamadas de PASM). Bitolas mais largas que as dos 911 convencionais ajudam na melhor dinâmica de condução.

A cabine, de série, vinha forrada em couro legítimo e camurça, com partes decoradas em alumínio escovado, e ainda apostava num layout mais tradicional: instrumentação analógica (por ponteiros, e não digital), e central multimídia não tão grande. Sua alavanca de transmissão era convencional, e não por joystick, mas o freio de mão já trazia a tecnologia eletromecânica (por botão).