15/03/2024 - 12:57
Os veículos leves eletrificados estão fascinando o brasileiro e ganhando mercado. Dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVA) indicam que, em 2023, o Brasil emplacou 93.927 carros elétricos ou híbridos de elétricos e etanol/gasolina. É um crescimento de 91% sobre 2022.
Um estudo sobre o tema da Bain Company realizado a partir de entrevistas com consumidores do Brasil, Canadá, México, EUA e China revela que o Brasil é o país onde mais pessoas gostariam de comprar um carro elétrico. Mas há problemas nesta jornada. O preço de compra (43%) é a maior preocupação, seguido pela indisponibilidade da rede de postos de recarga/carregamento no Brasil (33%). Uma análise publicada em 2023 na revista inglesa Nature indica que, no estado da Califórnia (EUA), 1 entre cada 5 proprietários de veículos elétricos sente-se tão frustrado com o número de postos de recarga e a qualidade dos serviços oferecidos que pensa em retornar para um veículo a gasolina.
Especialmente no caso de veículos elétricos não híbridos, há um medo real de, numa viagem pelas estradas do Brasil, não encontrar postos onde carregar a bateria do carro com alta qualidade em serviços.
Para suportar o avanço dos EV, é necessário que os gestores dos postos de recarga tenham um novo olhar sobre a sua infraestrutura. Uma estação de carga elétrica é necessariamente diferente de um posto de gasolina/alcool/diesel convencional.
O coração do eletroposto é o dado
Para entender o novo paradigma que estamos vivendo, vale a pena estudar o modelo da rede de postos de recarga Volvo. O Department of Transportation dos EUA criou categorias para os diferentes postos de recarga. A mais avançada é a categoria DC Fast Charging, com estações que fornecem entre 50 KW/hora e 350 KW/hora. A rede Volvo aqui no Brasil está nessa categoria, atingido a marca de 150 KW/hora, o que reduz de horas para poucos minutos o tempo de recarga de uma bateria quase completamente descarregada.
Nas estações Volvo, por trás de cada ponto de recarga há uma infraestrutura digital que troca dados entre a Volvo, a localidade onde está instalada a estação de recarga – em 2024 um acordo com a Carrefour Property levará esse serviço para lojas de varejo –, e os provedores de eletricidade Enel X e Vibra , além da WEG, fabricante das estações de recarga. Essa rede distribuída é alimentada 24×7 por sensores que apontam com precisão o status de cada elemento do ecossistema. Para o proprietário do veículo elétrico, tudo isso é transparente. O cliente interage o tempo todo com o App onde dados consolidados informam a ele ou a ela o que encontrará ao, numa viagem, parar para recarregar em uma das estações.
Autosserviço: digitalização elimina o papel dos frentistas
No mundo dos veículos elétricos, a interação entre o motorista e a estação é baseada em autosserviço, sem a intervenção de frentistas. Isso explica por que é fundamental que os dispositivos a serem utilizados pelo cliente, do cabo a ser conectado ao veículo ao seu próprio celular estejam plenamente operacionais. Na era dos EV, a infraestrutura digital do posto é crítica e atua como a ponta do iceberg de um ecossistema muito heterogêneo.
Visão preditiva evita a frustração do motorista
Uma forma de evitar a frustração do cliente é utilizar plataformas de monitoramento multiprotocolo e com boa relação custo/benefício para ganhar uma visão preditiva dos “n” elementos digitais por trás da estação de recarga, do fornecimento de energia ao status do cabo de transmissão. Quer a rede seja totalmente baseada em dispositivos IoT, quer esteja conectada a ambientes de TI, o dashboard criado com facilidade a partir de templates lança luzes sobre tudo o que se passa.
A cultura do EV demanda transformações estruturais para realizar seu potencial. Uma etapa fundamental desta jornada é refletir sobre o novo paradigma dos postos de recarga. A aliança entre sensores e uma plataforma de monitoramento que trabalha 24×7 para prever falhas e gerar alertas colabora com o encantamento do motorista desta nova geração de carros. Em 2024, postos de recarga 100% digitalizados e gerenciados são críticos para o avanço dos veículos elétricos no Brasil.