O preço médio da gasolina nos postos brasileiros aumentou 0,22% em outubro em relação a setembro para R$6,388 o litro, enquanto o etanol hidratado subiu 0,29% para R$4,455, em momento em que o biocombustível tem dado suporte aos valores na bomba apesar de uma redução da cotação da Petrobras, apontou levantamento da ValeCard encaminhado à Reuters.

A empresa especializada em meios de pagamento considerou transações realizadas entre 1º e 26 de outubro em mais de 25 mil postos de combustíveis em todo o país.

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Petrobras reduziu o preço da gasolina recentemente

A leve alta no preço da gasolina observada em outubro ocorreu na medida em que o repasse do ajuste feito pela Petrobras não foi imediato, como geralmente acontece até que os distribuidores e revendedores passem a operar com estoques novos, avaliou o diretor de Mobilidade e Operações da ValeCard, Marcelo Braga.

A estatal anunciou em 21 de outubro uma redução de 4,9% no preço do combustível vendido às distribuidoras.

“O repasse ao consumidor depende da renovação dos estoques ao longo da cadeia de distribuição. Postos e distribuidoras ainda operam com combustíveis adquiridos anteriormente, a preços mais altos, e o efeito tende a ser percebido somente à medida que novos lotes, já com valores atualizados, cheguem ao varejo”, explicou.

Outro ponto importante é a composição da gasolina vendida no Brasil, que desde agosto conta com mistura de 30% de etanol anidro.

Como o etanol anidro registrou alta em outubro influenciada pela proximidade da entressafra da cana-de-açúcar no centro-sul e pela menor oferta das usinas, houve uma sustentação do preço da gasolina.

“Em Estados como Goiás e Espírito Santo, essa valorização reduziu parcialmente o impacto da queda anunciada pela Petrobras no preço da gasolina A”, disse.

Enquanto os estoques permanecerem limitados, o etanol tende a seguir firme, influenciando diretamente o valor final ao consumidor, acrescentou.

Com uma safra de cana abaixo do potencial no centro-sul e um mercado global de açúcar pressionado, usinas estão mudando o “mix” de destinação da matéria-prima, direcionando menores volumes para a produção de açúcar e um pouco mais para etanol, apontou a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), nesta quinta-feira.