Ironicamente, em se tratando de automóveis, gastar pouco pode sair caro. Muitas tecnologias que reduzem o consumo são novas e so¬fisticadas e, por isso, têm custo elevado. Carros híbridos têm preços proibitivos e sistemas start-stop são limitados a importados. Financeiramente, hoje, é difícil achar um elétrico ou um híbrido que compense. Assim, para reduzir o gasto de combustível, às vezes só pequenas medidas valem a pena. É o caso do pacote Bluemotion Technology do Novo Gol 1.0. Mas, assim como seu preço de R$ 324, os benefícios são pequenos.

Somado ao valor básico de R$ 27.990, o tal pacote traz um mostrador de consumo instantâneo no painel (que ajuda o motorista a dosar melhor o pé no acelerador), um indicador de troca de marchas (que instrui o piloto a manter sempre a marcha de maior economia) e pneus “verdes”, com menor resistência à rolagem. Segundo a marca, esses recursos reduzem o consumo em até 4%. É exatamente o mesmo percentual de economia garantido pelo novo motor 1.0 TEC – o antigo VHT com uma série de modificações técnicas. Assim, o novo Gol 1.0, com esse pacote (e dirigido de forma consciente) é até 8% mais econômico que o antigo.

Mas, para responder ao pesado ataque que sofre a partir deste mês, com a chegada do Toyota Etios e do Hyundai HB20 (leia comparativo na página 66), esse novo Gol 1.0 se vale também da boa atualização visual e da melhoria na dirigibilidade – também proporcionada pelo novo motor. No uso urbano, o maior torque em baixa rotação se faz notar: para um 1.0, o hatch tem saídas muito satisfatórias, se mostrando agradável no anda-e-para.

Somam-se a essas boas novidades as velhas qualidades dessa quinta geração do campeão da Volks. Entre os destaques, a ótima posição de dirigir, o ajuste de profundidade do volante opcional e barato, as suspensões sólidas e silenciosas e o câmbio preciso. Com isso, o Gol tem sim atributos para seguir na liderança, apesar do desa¬fio de encarar um Hyundai e um Toyota que, além de novos têm marcas que estreiam no segmento – e podem surpreender.