Bill Ford, bisneto do fundador da fabricante de carros americana Ford e atual presidente da empresa, fez um apelo, nesta segunda-feira (16), a seus “colegas” do sindicato UAW a encerrarem uma greve “devastadora” para o setor.

“Faço um apelo a meus fantásticos colegas do UAW […] Devemos nos unir para encerrar este ciclo amargo de negociações”, disse Bill Ford na fábrica Ford Rouge em Dearborn, no estado de Michigan.

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A Ford e suas duas grandes concorrentes americanas, General Motors (GM) e Stellantis, enfrentam, desde meados de setembro, uma greve por demandas de melhorias salariais, decretada pelo sindicato United Auto Workers (UAW). Cerca de 34.000 trabalhadores das “Três Grandes” empresas do setor aderiram à greve.

Na semana passada, o UAW expandiu a paralisação, com a suspensão das atividades de cerca de 8.700 afiliados que trabalham na Kentucky Truck Plant (KTP), a maior fábrica da Ford, que gera o faturamento anual de 25 bilhões de dólares (R$ 126 bilhões de reais, na cotação atual).

“Não deveria se tratar da Ford contra o UAW. Deveria ser a Ford e o UAW contra Toyota, Honda, Tesla e todos os grupos chineses que querem entrar no nosso mercado”, disse a Ford.

“Estamos de acordo em que nossos colegas do UAW merecem mais. É a razão pela qual propusemos um contrato recorde”, afirmou Bill Ford.

Se a greve continuar, “terá um impacto maior na economia americana e devastará comunidades locais”, afirmou o empresário. “A cadeia de suprimentos é muito frágil e vai começar a colapsar se a greve se estender”.

“Vamos encontrar um acordo para poder enfrentar a verdadeira concorrência”, destacou.

Contactado pela AFP, o sindicato não se manifestou de imediato.