Na guerra contra o turbo lag – aqueles irritantes instantes em que um carro turbinado leva para responder ao comando do acelerador – cada marca busca sua solução. E, como o turbo passou a ser essencial na atual busca por motores menores para reduzir o consumo, essas soluções são cada vez mais necessárias. A que a Audi traz no A1 é inédita no Brasil, mas não se trata de uma novidade: o VW Scirocco, que MOTOR SHOW avaliou com exclusividade na Europa, em julho de 2008, já tinha essa tecnologia (basicamente o mesmo motor, já que as marcas são do mesmo grupo). Trata-se de um sistema de dupla sobrealimentação, que combina um supercompressor (conhecido também pelo nome em inglês supercharger ou simplesmente como compressor) e um turbocompressor tradicional.
Resumindo, o 1.4 TFSI funciona mais ou menos assim: quando se pisa pouco no acelerador, uma válvula-flape dirige o ar do coletor de admissão direto para o turbocompressor, que funciona com pressão baixa, priorizando o consumo; quando se acelera fundo, a mesma válvula desvia o ar para o supercompressor acionado por correia, que comprime o ar a até 0,75 bar antes de enviá-lo à turbina para ser ainda mais comprimido, chegando a 2,5 bar; já com aceleração máxima e acima de 2.400 rpm, o blower é parcial ou totalmente tirado do jogo (pelo acionamento da válvula) para que  a pressão não seja excedida e, ao mesmo tempo, não atrapalhe o fluxo de ar.

O preço básico da versão Sport avaliada é de R$ 109.900 – R$ 15 mil a mais que a versão apenas turbinada de 122 cv e R$ 5 mil menos que a Sportback com o mesmo motor (leia boxe). Com os opcionais tetopanorâmico, arco com pintura especial e o pacote Conforto Plus, que, pelo preço do carro, poderia vir de série (som Bose, partida sem chave, GPS, ar automático e sensor de estacionamento), passa dos R$ 130 mil.

Para justificar o preço, além do novo motor, essa versão tem outros atrativos. No visual, o parachoque dianteiro tem tomadas de ar para resfriar os freios; há saias laterais e um aerofólio diferente; o parachoque traseiro tem um design mais agressivo. Na cabine, os bancos são mais esportivos – se mostrarão necessários depois de dar a partida e acelerar, assim como a suspensão com molas e amortecedores mais rígidos (que, quando o carro entrega todo seu torque em pisos irregulares, transmitem pancadas).

Na estrada, o motor mostra seu poder. E impressiona. Grande parte da agilidade (zero a 100 km/h em 6,9 segundos) e da diversão ainda vem do excepcional câmbio automatizado de dupla embreagem, que funciona bem no automático ou, se o motorista preferir, responde instantaneamente aos comandos nas aletas ou na alavanca. As respostas do câmbio ainda são mais rápidas que as do acelerador. O turbo lag, apesar de muito reduzido, ainda se faz notar em alguns momentos, mas, de um modo geral, a força máxima é entregue a qualquer momento. Difícil achar motor igual no mercado, quase impossível encontrar um esportivo com um conjunto tão divertido (e extremamente econômico).

Os rivais do A1 Sport são Mini Cooper S e Citroën DS3. O primeiro custa quase R$ 130 mil, tem câmbio automático de seis marchas, motor 1.6 turbo de 184 cv e acelera de zero a 100 km/h em 7,2 segundos, atingindo 223 km/h. Já o Citroën tem câmbio manual de seis marchas e o mesmo motor 1.6 turbo do inglês, com 165 cv; acelera até 100 km/h em 7,3 segundos e atinge 219 km/h. Não tem o mesmo status do Audi, mas custa R$ 79.900.