29/05/2025 - 12:00
Não são apenas os “easter eggs” no vidro traseiro – com as silhuetas de Fusca, Gol e do próprio Tera – que sugerem que o último lançamento da Volkswagen do Brasil tende a ser o terceiro carro mais importante na história de 72 anos da marca no país.
Posicionado em um segmento que representou 24% das vendas em 2024, o Tera chega com a missão de “democratizar os SUVs”, como diz a marca. E não vem para substituir nenhum carro, o que é uma mensagem tranquilizadora para o Polo.
VW Tera ‘bebe’ menos que Pulse, Kardian e Basalt na estrada; veja números
Volkswagen Tera chega em junho partindo de R$ 99.990
Quem não está tranquila é a concorrência. O Fiat Pulse entrou na linha 2026 com os preços mantidos em sigilo, aguardando a revelação dos valores do rival. Com um ano de mercado, o Renault Kardian deve receber uma atualização na lista de equipamentos em breve.
Ambos vão mal nas vendas: o Fiat é o 18º colocado no ranking, com 13.090 emplacamentos no acumulado até abril, enquanto o Renault, 27º, soma 7.589 licenciamentos. Líder entre os automóveis de passeio, o Polo tem 32.813 unidades vendidas.
Além do Brasil, o Tera será exportado para países da América Latina, como Argentina, México, Bolívia, Suriname e Peru, entre outros. O modelo também será vendido no continente africano.
Produzido na fábrica da Volkswagen de Taubaté (interior de São Paulo), o Tera é o quinto lançamento da marca após o anúncio de R$ 16 bilhões para a criação ou renovação de 17 modelos até 2028.
Primeiras impressões
E foi dirigindo até a cidade de origem do Tera que Motor Show teve seu primeiro contato com a novidade. Na hora de nos acomodarmos ao volante, uma boa surpresa: a posição de guiar “democrática”. Graças ao amplo ajuste de altura do banco, o Tera acomoda bem tanto quem gostar de dirigir lá no alto, quanto quem prefere ficar rente ao assoalho.
O acabamento sóbrio agrada. Nesta versão Comfort (R$ 126.990), apliques de tecido nas portas e no painel frontal destoam do padrão sisudo da marca. A nova central multimídia tem visual atraente e é mais intuitiva, mas perdeu a chance de retomar o botão físico para o volume do áudio, movimento que boa parte das montadoras tem adotado.
O espaço na frente é bom, e é natural – considerando-se que trata-se de um compacto com 2,57 m de entre-eixos – que o traseiro seja limitado, demandando de quem vai atrás certa negociação com o ocupante da frente. Aqui o Kardian se sai melhor, com 2,60 m, e o Pulse pior, com 2,53 m. O porta-malas comporta 350 litros (padrão VDA), contra 358 l do Renault e 370 l do Fiat.
Como no Polo, o motor 1.0 170 TSI está calibrado para 116 cv (etanol) e 16,8 kgfm de torque. É o bastante para puxar com algum vigor os 1.169 kg do carro, mas imaginamos o que a configuração de Virtus, Nivus e T-Cross (com 128 cv e 20,4 kgfm de torque) não faria pelo Tera.
Percebemos também uma direção levemente mais afiada em relação a outros modelos dessa categoria e também da própria marca, o que é ótimo para quem gosta de dirigir.
Juntos, Fusca e Gol tiveram cerca de 10 milhões de unidades vendidas no Brasil. Atributos não faltam para o Tera superar tal marca.
