29/07/2013 - 11:39
Controverso. Esquisito. Simpático. São inúmeros os adjetivos que podem ser aplicados ao visual do Nissan Juke. O legal dele está em ser diferente de todos os outros carros. Uma excentricidade vinda do conceito Qazana, mostrado no Salão de Genebra de 2009, e também inspirada no desenho das motocicletas e até dos carros de rali. E que tem obtido excelentes resultados de vendas, principalmente na Europa, onde os jipinhos urbanos estão na moda (o Duster já é vendido por lá como Dacia, e nosso EcoSport está chegando em breve ao Velho Continente, assim como inúmeros outros modelos).
Mas não foi na Europa, e sim no Arizona, Estados Unidos, que MOTOR SHOW aproveitou o lançamento do novo Nissan Altima para conhecer também esse crossover compacto. Como quem não quer nada, a Nissan organizou o test drive. Mas ela tem planos reais de comercializar o carro no Brasil. Voltamos a isso daqui a pouco.
O visual inusitado do Juke gera as mais diversas opiniões. Alguns gostam, outros odeiam. Há muita controvérsia, sim. Mas só até a hora de acelerá-lo. Ao volante, as opiniões são quase unânimes. Ele é um carrinho muito divertido de guiar. Leva a sério a expressão fun to drive. Um dos principais responsáveis por esse prazer todo de dirigir é o motor 1.6 com turbo e injeção direta, que fornece um ótimo torque em baixos giros, com acelerações vigorosas quando provocado.
Para refinar a tocada, ainda é possível selecionar no painel os modos Normal, Sport ou Eco – com este último selecionado o computador de bordo informou médias de 16 km/l. Agora, quem quiser uma dose extra de emoção pode optar pela versão preparada Nismo de 197 cv ou o exclusivíssimo Juke-R (leia quadro). O câmbio manual de seis marchas também ajuda, com bom escalonamento e engates leves e precisos. Há ainda a opção de transmissão CVT para as versões com tração integral. Nesta última, o sistema distribui automaticamente o torque entre os eixos para melhorar a dirigibilidade.
O conjunto de suspensões é simples – independente na frente e com eixo de torção atrás. O Juke é macio e bastante silencioso ao absorver as irregularidades do asfalto, mas sem deixar de proporcionar uma boa “pitada” de esportividade na hora de encarar as curvas. Caso o motorista se empolgue e passe da conta, os itens de segurança estão todos ali presentes: airbags dianteiros, laterais e de cortina, freios ABS com EBD e assistente de frenagem.
Mas é bom lembrar que a proposta do Juke não é ser um familiar. Para isso, a Nissan tem o Livina. O crossover tem comprimento menor que o do Renault Duster e entre-eixos ligeiramente maior que o do Ford EcoSport. Mesmo assim, no banco traseiro viajam apenas dois adultos confortavelmente – e com razoável espaço para as pernas. E o pior para a família está no porta-malas, de modestos 297 litros.
Dentro da cabine, o acabamento tem materiais de qualidade e a posição de dirigir, assim como a visibilidade, é boa. Já a ergonomia foi um pouco prejudicada pela falta de ajuste de profundidade da coluna de direção. No entanto, a lista de comodidades do Juke vai desde partida sem chave e bancos dianteiros com aquecimento até rádio com tela de cinco polegadas sensível ao toque – que integra o sistema de navegação e ainda exibe as imagens da câmera de ré. Dependendo da versão (avaliamos a SL, topo de linha), o sistema de áudio é da marca americana Rockford Fosgate. Vale destacar que o visual “bandido” do modelo das fotos se deve ao pacote Midnight Edition, que traz as rodas originais de aro 17 com uma pintura exclusiva na cor preta, além de retrovisores e aerofólio escurecidos.
Voltando ao mercado brasileiro, ainda não é certo que o Juke seja vendido aqui, mas especula-se que possa ser produzido na nova fábrica que a marca está construindo em Resende (RJ), junto com o compacto March. Para brigar com EcoSport, Duster e companhia, teria que custar a partir de R$ 60 mil – na versão com motor 1.6 aspirado de 117 cv com tração dianteira e câmbio manual – e chegar à casa dos R$ 75 mil na con guracão avaliada (turbo AWD automática). Caso venha apenas como importado, custará bem mais; mesmo assim, poderia brigar em nichos de mercado disputando a preferência dos consumidores que gostam de modelos com um visual diferente.