AUDI Q5 2.0 TDI QUATTRO 40.451 EUROS

Quando ouvir por aí que o Q5 é um pequeno SUV da Audi, não se iluda. Claro que comparados aos 5,09 m da Q7, os 4,63 m desse modelo são praticamente nada. Mas nem de longe o Q5 é um carro pequeno. É apenas mais racional, prazeroso para se guiar na cidade, fácil de manobrar e nada pesado.

A bordo, o family feeling lembra um pouco todos os carros da marca, mas especialmente o A4: o painel, a disposição dos comandos, o freio de estacionamento automático (ou por botão), a posição de guiar (aqui apenas um pouco mais alta). Saímos para nossa viagem, do centro de Milão rumo a St. Mortiz. Colocar as malas e os skies no bagageiro foi tarefa fácil. Basta deitar o encosto dos bancos e colocar a fileira traseira mais para a frente que o espaço para cargas fica enorme e oferece uma grande quantidade de ganchos e fivelas para prender com segurança todo tipo de carga.

Para falar a verdade, isso (como quase tudo) se paga à parte. São itens opcionais que podem elevar muito o preço do modelo. A versão avaliada, 2.0 TDI, que parte de 40 mil euros, chega a caros 58 mil euros com os itens opcionais. Isso sem o câmbio automático que, nessa motorização, não pode ser adquirido. É verdade que bastam dois engates para reconhecer, nessa transmissão manual, a precisão típica da Audi, mas a embreagem não é das mais leves.

Quanto à motorização, antes do common rail, este diesel de 170 cv era quase um motor de corrida: manso nos baixos regimes e violento na parte alta do contagiros. Características que a injeção direta eliminou a favor de uma maior linearidade de funcionamento, que se traduz em prazer ao dirigir.

POR SUA VOCAÇÃO ESTRADEIRA, ELE NÃO TEM REDUZIDA

Se o desempenho do modelo não é brilhante, a explicação é muito simples: apesar de numerosa, a cavalaria precisa colocar em movimento uma massa de cerca de duas toneladas, o que significa uma relação peso/potência de 11,7 kg/cv. De qualquer forma, seus números de desempenho são bastante razoáveis para um SUV diesel. O modelo acelera até os 100 km/h em 10s1e atinge a máxima de 195,3 km/h. E, mais do que testes de desempenho, o dinamismo que se sente ao volante do Q5 lembra muito mais a tocada do A4 do que do gigantesco Q7. Ele é um carro ágil, que faz a gente esquecer que se trata de um sport utility. Um mérito também do esterço, que é rápido e preciso.

O freio é acionado por botão. Além disso, o motorista pode optar por quatro diferentes acertos dinâmicos, que mudam volante, acelerador, câmbio, amortecedor…

Dinamicamente, o Q5 tem um bom compromisso entre agilidade e segurança. Nas manobras de emergência, tem uma tendência ao substerço e uma rolagem mais acentuada, mas o ESP intervém adequadamente. Além dessa versão a diesel de 170 cv, há uma outra (3.0) e uma única versão a gasolina, que será o modelo vendido aqui. Podemos esperar para breve a chegada do Q5 com motor 2.0 TFSI de 211 cv por bem menos que os R$ 286 mil cobrados pelo Q7.

O Q5 É UM CARRO GRANDE, SÓ QUE MAIS RACIONAL

Os bancos são dobráveis e a fileira traseira corre para a frente, liberando mais espaço para bagagens. Há fivelas e compartimentos para acomodar qualquer carga

A tração conta com três diferenciais (o central Torsen) e divide a força entre os eixos sob demanda. Na suspensão, quadriláteros sobrepostos na dianteira e multilink na traseira, ambos em alumínio

O Q5 tem motores diesel 2.0 e V6 3.0 (foto) e uma unidade a gasolina 2.0 TSFI

CRUZANDO OS EUA PARA PROVAR A EFICIÊNCIA DO DIESEL

Na tentativa de provar aos norteamericanos que os modelos a diesel são bons e que apontam uma saída interessante para o meio ambiente, a Audi organizou uma prova de consumo que cruzou os EUA, de Nova Iorque a Chicago, com a intenção de fazer o Q5 3.0 de 239 cv consumir o mínimo possível.

Com uma média de 82 km/h, fechamos a prova com um consumo de 13 km/l. A média geral do modelo foi de 16,4 km/l. O Q7 com o mesmo motor fez 14,08 km/l e o A4 bateu o recorde com 18,9 km/l. Você pode conferir mais fotos dos 23 carros 7.865 km percorridos no site www.audimileagemarathon.com