Os airbags, ou bolsas de ar infláveis, são sistemas de segurança que, basicamente, evitam o impacto dos ocupantes com partes fixas dos carros, como painel, laterais de portas, janelas, colunas e afins. A tecnologia, ainda que tenha sido pensada entre os anos 50 e 60 por diferentes engenheiros mundo afora, só foi parar em um carro no início dos anos 70. Na época, claro, apenas para o motorista.  

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Crash-test Chevrolet Impala com airbag – Foto: Chevrolet/divulgação

Era um sistema de airbag primitivo foi instalado em um lote de aproximadamente 1.000 Chevrolet Impala destinado a frota do governo norte-americano. Não deu muito certo, e vários acidentes com mortes foram registrados por conta do sistema. Na realidade, como esses carros tinham bancos dianteiros inteiriços, e cinto de segurança subabdominal, o motorista acabava se dobrando para a frente e batendo a cabeça com violência na bolsa de ar, que estava se inflando.  

SRS Airbag – Foto: Mercedes-Benz/divulgação

Ainda no final dos anos 70, o sistema foi oferecido como opcional nos Impala vendidos ao grande público, mas sem sucesso comercial. Quem popularizou o airbag foi mesmo a Mercedes-Benz, com a criação da tecnologia SRS (sigla para “Sistema de Retenção Suplementar” em tradução direta), que funcionava em conjunto com os cintos de segurança. Aí sim o sistema tornava-se seguro e confiável, como é até hoje.  

Airbag motorista Fiat Tipo – Foto: Fiat/divulgação

Nessa longa caminhada, de mais de quarenta anos, diferentes tipos de airbags foram surgindo nos carros. Cada um com um propósito, de proteção de alguma outra parte do corpo, ou mesmo outros ocupantes, de quem vai a bordo de um veículo. Vejamos: 

Airbag para passageiro 

Airbag de passageiro no Porsche 944 – Foto: Porsche/divulgação

Surgiu em 1987, e foi desenvolvido pela Porsche, para o 944. Tinha como missão proteger o passageiro dianteiro, nos mesmos moldes do airbag para o motorista. Porém, como acontece até hoje, ia instalado dentro do painel.  

Airbag frontal para o banco traseiro 

Airbag frontal para banco traseiro – Foto: Nissan/divulgação

Um dos tipos mais raros de airbag, ele foi oferecido pela primeira vez no sedanzão de luxo Nissan President, para a linha 1994. Repetia a fórmula dos airbags de motorista e passageiro dianteiro, porém ia instalado na parte traseira dos bancos da frente. Evitava o choque dos ocupantes traseiros contra os bancos da frente em casos de colisões frontais.  

Airbags laterais dianteiros 

Airbags laterais dianteiros – Foto: Skoda/divulgação

Veio primeiro no Volvo 850, em 1994. Instalado nas laterais dos bancos dianteiros (para o lado das portas), se infla em caso de colisões laterais ou capotamentos, para evitar o choque de motorista e acompanhante com as colunas “B”, ou mesmo com as janelas, dependendo.  

Airbags laterais traseiros 

Airbag lateral traseiro – Foto: Skoda/divulgação

Ainda pouco comuns em carros nacionais, ou mesmo importados que não sejam de alto padrão, os airbags laterais traseiros surgiram em meados de 1996. Foram criados pela Audi, para o sedanzão A8. O sistema é basicamente o mesmo dos airbags laterais dianteiros, porém as bolsas infláveis vão instaladas nas laterais do banco traseiro.  

Airbags de cortina 

Airbag de cortina – Foto: Honda/divulgação

Essas bolsas, ainda ausentes em alguns SUVs caros fabricados no Brasil, foram desenvolvidas pela BMW no final dos anos 90. Os primeiros modelos com elas foram os sedans Série 5 e Série 7. Nesse caso, como o próprio nome diz, os airbags se inflam paralelamente as janelas, para o lado de dentro, protegendo quem for nos bancos da frente ou nos de trás. Também funcionam, principalmente, em impactos laterais ou capotamentos.  

Airbag de joelho para o motorista 

Airbag de joelho para motorista num Lexus – Foto: IIHS/divulgação

Curiosamente, quem o criou foi a Kia, para o Sportage de linha 2000. Ele vai instalado logo abaixo do volante, próximo a coluna de direção, e se ativa em colisões frontais. O objetivo é que o motorista não bata os joelhos na parte inferior do painel.  

Airbag central traseiro 

Airbag central traseiro – Foto: Toyota/divulgação

Criado pela Toyota no final dos anos 2000, veio primeiro no luxuoso Crown Majesta, com a missão de proteger os ocupantes traseiros de impactos entre si, especialmente em colisões laterais mais violentas ou capotamentos. Se infla no meio do banco traseiro, entre os dois passageiros laterais traseiros.  

Airbags de cinto de segurança 

Airbag de cinto de segurança – Foto: Ford/divulgação

Outro tipo de airbag pouco comum é o de cintos de segurança traseiros, como o que foi desenvolvido pela Ford em 2010, e que esteve presente em algumas configurações do sedan Fusion vendidas no Brasil. Ele evita o choque entre o corpo dos passageiros traseiros e o cinto de segurança em colisões fortes.  

Airbag para pedestres 

Airbag para pedestres – Foto: Volvo/divulgação

Outra criação da Volvo, de 2012, essa bolsa de ar se infla rente ao parabrisas, protegendo pessoas que tenham sido atropeladas pela dianteira do carro. A tecnologia, diferente das outras, não se tornou tão popular ao longo dos anos.  

Airbag central dianteiro 

Airbag central dianteiro – Foto: Chevrolet/divulgação

Vai no lado direito do banco do motorista, geralmente. Se infla para evitar o impacto entre motorista e acompanhante nas colisões laterais ou capotamentos. Quem o criou foi a Chevrolet, em 2012, embora várias outras fabricantes utilizem o sistema atualmente. Está presente nos Volvo EX40 e EC40 vendidos por aqui.  

Airbag de joelho na tampa do porta-luvas 

Airbag de joelho na tampa do porta-luvas – Foto: Ford/divulgação

Vai instalado próximo a tampa do porta-luvas, ou mesmo nela, para proteger os joelhos do acompanhante em caso de choques dianteiros. Basicamente, funciona como o airbag de joelho do motorista. O primeiro modelo com ele foi o Ford Mustang de sexta geração, lançado em 2014.  

Airbag de teto-solar 

Airbag teto-solar – Foto: Hyundai/divulgação

Criado pela Hyundai em 2018, ele se infla rente ao teto-solar panorâmico em casos de capotamento ou outros tipos de colisões que afetem o teto do carro. O objetivo é evitar a batida dos ocupantes no teto de vidro, ou mesmo protegê-los de cacos de vidro ou partes do sistema de teto panorâmico.