Passada a “comoção nacional” pela chegada do Volkswagen Up em altíssimo astral, com uma divertida releitura da música Girls just wanna have fun (Garotas só querem se divertir), de Cyndi Lauper, chegou a hora de fazer contas. Qual Up cabe no seu bolso? O carro é bonito, inteligente, seguro e muito bem construído. Fomos até o Rio Grande do Sul para fazer um test drive entre Gramado e Porto Alegre com a versão Take Up, a mais barata das que estão disponíveis – todas 4 portas, pois as 2 portas chegarão apenas em maio.

Dinamicamente, o Up de entrada é muito parecido com as demais versões. Afinal, usa o mesmo motor 3 cilindros 1.0 de 75/82 cv de potência e 9,7/10,4 kgfm de torque. Ele vem equipado com duplo airbag, freios com ABS e EBD (distribuidor da força de frenagem), espelho no para-sol do passageiro, limpador/lavador/desembaçador do vidro traseiro, banco do motorista com regulagem de altura e painel na cor cinza. Aí começam as diferenças. Na versão Take, o Up tem um quadro de instrumentos pobrezinho. Ele traz apenas um velocímetro grande. Em vermelho aparecem com discrição o nível do tanque de combustível, o hodômetro e um indicador de troca de marchas. Não traz conta-giros nem econômetro. Os pneus são finos, medidas 165/80, montados em rodas de aço de 13 polegadas. Sua lista de opcionais também é pequena: ar-condicionado (R$ 2.750), pacote com direção elétrica, pneus verdes e calotas (R$ 1.240), vidros/travas elétricos (R$ 700), sistema de som (R$ 1.090), porta-malas com dois compartimentos (R$ 190), aquecimento (R$ 460) e, se quiser comprar separado da direção, rodas de aço 14” com pneus verdes, de baixa resistência à rolagem (R$ 250).

Nessa altura do campeonato ninguém merece um carro sem direção assistida e ar-condicionado. Com esses opcionais o Up na versão Take 4 portas passa a custar R$ 32.290. Esse é o preço de um Fiat Uno Vivace 2 portas completo (R$ 32.226). No quadro à direita você tem um comparativo de todas as versões do Up com as versões correspondentes do Uno.

Mesmo com sua ótima posição de dirigir e o bom espaço interno para quatro pessoas, o Up sem direção elétrica e ar-condicionado torna-se um carro comum, pesado e desconfortável, conforme verificamos na pista da Fazenda Capuava (SP). Felizmente, para os 171 quilômetros entre Gramado e Porto Alegre (via Feliz e Morro Reuter), as duas unidades Take disponíveis estavam equipadas com ar e direção. Lembra do calorão do fim de janeiro? Equipadinha, a versão Take também agrada, mas o conta-giros faz falta.

Nas subidas, como todo 1.0, o Up sofre um pouco. A Volkswagen escolheu um trecho de descida de serra para o test drive de lançamento. Mesmo assim, passamos por alguns trechos de subida em São Leopoldo. Deu para perceber que o pedal do freio é muito estreito, o que dificulta bastante o punta-taco (frear e acelerar ao mesmo tempo, usando só o pé direito) para arrancar na subida.

Nos trechos de descida e de pista plana, o Up atingiu boas velocidades, chegando a marcar 135 km/h numa ultrapassagem. O conforto a bordo é garantido para quatro pessoas, pois o ar-condicionado é silencioso até o nível 3 do ventilador. O câmbio é bem preciso e os freios não provocam desvios no carro – mas, nas curvas, é importante lembrar que pneu você está utilizando, pois o Up não oferece controle de estabilidade. Bom saber que a direção elétrica opcional inclui pneus mais largos. Completo, o Volks Take Up 4 portas custa R$ 34.210.