* Veja aqui a tabela completa ou confira AQUI uma tabela interativa com sistema de busca

Há cinco anos, MOTOR SHOW decidiu colocar o dedo na ferida da indústria automobilística nacional e passamos a falar abertamente sobre uma questão incômoda. O carro tem papel fundamental na emissão de gases poluentes na atmosfera e é fundamental que o consumidor cobre das montadoras produtos cada vez mais econômicos e, consequentemente, menos agressivos para o meio ambiente. Em 2008, criamos este espaço exclusivo (seção Ecomotor) para discutir alternativas sobre o tema e fomos a primeira publicação brasileira a divulgar com destaque a emissão de CO2 dos carros avaliados. A informação aparecia  em forma de selo com uma classificação que ia de baixíssma à altíssima. Como algumas marcas se negavam a divulgar seus números, elaboramos uma fórmula de cálculo para determinar o dióxido de combustível de cada automóvel a partir de seu consumo. Agora o panorama mudou e MOTOR SHOW novamente vai acompanhar essa evolução de forma pioneira.

O PBE (Programa Brasileiro de Etiquetagem), que através do Inmetro media e classificava a eficiência energética dos carros vendidos no Brasil desde 2009, passou para uma nova fase. A adesão ainda é facultativa mas, desde o ano passado, as marcas que quiserem divulgar o consumo de seus automóveis deverão fazê-lo dentro do padrão utilizado pelo instituto. A base é a medição em laboratório, seguindo a norma NBR7024 – a única forma confiável e científica de se medir o consumo de um carro. Como, aliás, sempre foi feito pelas montadoras para a homologação de seus produtos. A grande diferença é que agora, em cima deste número, é aplicado um fator de redução, que faz com que o consumo anunciado se aproxime muito daquele obtido pelo consumidor em seu dia a dia. MOTOR SHOW já aplicava essa fórmula sobre o consumo dos modelos avaliados, informação que aparecia na ficha técnica como Consumo Real. A partir de agora, dispensaremos o termo Real em nossas fichas, já que o consumo bruto, sem o uso de redutor, não pode mais ser divulgado.

As mudanças não param por ai. Este ano, o Inmetro passou a divulgar também a emissão de CO2 dos modelos que participam do PBE e, a partir deste mês, nosso selo passará a trazer não mais a emissão de dióxido calculada por nós, mas a divulgada oficialmente pelo Inmetro. A classificação agora será pelo consumo, exatamente como é feito no programa de etiquetagem (e como o consumidor está acostumado a ver nas geladeiras e nos televisores). Com notas que vão de A a E, sendo A o produto com menor consumo energético. Como ainda não é obrigatório, há modelos que não aparecem na tabela publica do Inmetro. Esses passam a receber um selo preto. O mesmo acontece para carros que ainda não são vendidos aqui. A emissão de CO2 de seu país de origem e o consumo poderão ser conferidos na ficha técnica, mas não na abertura da reportagem. Das grandes marcas nacionais, apenas a Chevrolet não aderiu ao programa com nenhum de seus carros. “Não divulgamos consumo porque temos restrições sobre a metodologia. O consumidor espera mais que uma mera informação, quer tecnologia. Não acredito que vá prejudicar nossa imagem”, afirmou Marcos Munhoz, vice-presidente da GMB

Mas hoje, sem informação, fica difícil determinar o quanto um carro é gastão. Com a evolução tecnológica, motores e transmissões modernos, componentes mais leves e evoluções aerodinâmica os números muitas vezes surpreendem. Quem saberia, por exemplo, que um Honda Fit Twist 1.5 pode ter uma classificação pior que um Honda Civi 1.8? Ou que um Renault Duster 2.0 gasta menos que a versão 1.6 equivalente? E que mesmo com tração 4×4, notadamente mais pesada, ele tem a eficiência energética praticamente inalterada? Por isso a partir deste mês nossas fichas técnicas trarão a informação de duas Classificações Inmetro: uma da categoria (utilitário esportivo, grande médio, fora-de-estrada) e outra da posição geral. Assim o consumidor poderá comparar carros de segmentos distintos na hora da escolha. Quem ainda assim, quiser ir mais a fundo na avaliação, pode consultar aqui a planilha pública divulgada pelo  Instituto de Metrologia. O planeta agradece pela preocupação.

Confira os dados de consumo dos modelos 2009 A 2014 AQUI.