18/05/2025 - 15:00
Com o aumento da taxa de juros em 0,5%, de 14,25% para 14,75%, muitos que pensam em comprar um carro 0 km com financiamento já começam a coçar a cabeça. Para se ter uma ideia, é o maior patamar atingido em 18 anos.
Segundo a última pesquisa sobre taxas de financiamento do Banco Central, a taxa média de juros no crédito para aquisição de veículos ficou em 28,6% em março, contra 25,4% no mesmo período do ano passado. Ou seja, comprar um carro a prazo tem exigido um valor de parcela maior. Mais quanto sai hoje financiar um carro e quais as regras?
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Como ocorre o parcelamento de um carro 0km financiado?
O financiamento, nada mais é, do que a alternativa de adquirir um veículo pagando parcelas mensais, após dar um valor maior como entrada no negócio. Atende bem quem não tem todo o montante à vista. Porém, nesse caso, correm juros sobre o valor do financiamento, e esses tais juros vão variar de acordo com alguns parâmetros.
Normalmente, bancos e instituições financeiras costumam dividir o valor do veículo em até 60 parcelas, ou seja, um financiamento de cinco anos. Porém, existem modalidades de 48, 36, 24 ou mesmo 12 parcelas mensais. Em casos especiais, podem ocorrer negociações com parcelamento em período maior, como 72 ou até 84 vezes (seis e sete anos, respectivamente).

Parcelamento pode variar de acordo com a marca
Alguns exemplos práticos: a Ford, com seu programa “Ford Sempre”, limita o pagamento parcelado em até quatro anos, enquanto a Fiat trabalha com parcelas flexíveis entre 3 e 72 meses, a depender de alguns fatores, como a entrada. O programa “Chevrolet Sempre”, da marca norte-americana, trabalha com opções de 24, 36 ou 48 meses. A VW, por meio do “Volkswagen Financial Services”, pode estender um financiamento convencional em até 60 vezes.
Valor da entrada
Esse parcelamento acontece depois do valor de entrada, que, por via de regra, costuma ser de, pelo menos, 10% do preço cobrado pelo veículo. Porém, o mais comum são porcentagens entre 20 e 30%, caso do que é praticado pela Fiat e Ford/Chevrolet, respectivamente.

Valor final sai bem mais caro que preço à vista
Com o financiamento, após entrada e parcelas, o valor final do veículo será muito mais alto do que seu preço à vista na concessionária.
Dependendo do prazo do parcelamento, o valor do carro hipotético pode chegar a quase dobrar. Mais ou menos algo como uma promoção às avessas: você leva um e paga dois.
Por isso, vale a pena se atentar aos juros, estilo de parcelamento e no quanto você dará de entrada no negócio. Se houver “grana no bolso” para pagar o bem à vista sem que esse valor falte depois, evitando a adesão de um financiamento, pode ser mais interessante.
Veja simulação
Um carro 0 km no valor de R$ 100 mil, com 20% de entrada (R$ 20 mil) e parcelamento do restante (R$ 80 mil) em cinco anos (60 parcelas), levando em conta a taxa média de juros de 2,12% ao mês. Essa média considera a última pesquisa do Banco Central, que apontou 28,6% ao ano.
Levando em conta a Tabela Price (parcelas fixas), onde o banco calcula o valor de cada parcela considerando o juro composto mensal, chegamos em exatos R$ 2.140,44 por mês. Nesse caso, mesmo que o valor mensal seja mantido, nele estão embutidos os juros do financiamento.
Multiplicando esses pouco mais de R$ 2,1 mil vezes às 60 parcelas do acordo, o valor chega perto dos R$ 130 mil. Isso sem incluir a entrada inicial, de R$ 20 mil. No final, o carro que custava R$ 100 mil já está nos R$ 150 mil.