O Golf é três anos mais velho do que eu. Em maio, ele faz 40. Eu faço 37. Tivemos muitos encontros ao longo de nossas vidas. O último deles terminou hoje. Foi especial, com a versão GTI. E já deixou saudades.

O primeiro Golf, obra-prima de Giorgetto Giugiaro, nasceu em 1974 para substituir o Fusca. Não veio ao Brasil, e tive contato só com miniaturas. O segundo vi em revistas e não gostei. Seguiu o “torto” design da década de 1980. A terceira geração foi a primeira que dirigi. Pertencia à mãe de uma namorada. Que experiência! A quarta, disponível no Brasil até hoje, guiei várias vezes. A quinta não tive a chance, mas dizem que era igual à sexta, que acelerei na Islândia, a convite da Volks. Alguns dias atrás, encontrei a sétima geração na garagem. E compensou a espera.

Nessas décadas todas, muito mudou no mundo, na minha vida e nos carros. Mas algumas coisas, felizmente, não mudaram no Golf: as linhas básicas e, principalmente, o prazer ao volante. Como sempre, encontrei um carro para quem gosta de dirigir, com suspensões incrivelmente eficazes (embora incômodas de tão firmes  nesse GTI), direção precisa e direta, posição de dirigir impecável, ergonomia invejável… O Golf é o carro que a Volks sempre faz melhor que seus outros carros, um filho mais querido que os irmãos.

O atraso nas respostas do 2.0 turbinado (o turbo lag) incomoda um pouco. O câmbio de dupla embreagem, porém, é rápido e o consumo impressiona. Mesmo tratandose de um esportivo de 220 cv, atingir 15 km/l na estrada é fácil, graças à “banguela” automática. Além disso, o sistema multimídia é fácil de ver, mesmo sob sol forte, e o navegador entende bem os comandos de voz.

Por R$ 94.990 (e mais quase R$ 37.000 de opcionais na unidade avaliada), vale a pena? Sem dúvida. Mas eu, pessoalmente, levaria o Jetta TSI (R$ 89.990). A base mais antiga, do Golf VI, não é ruim, e a mecânica é similar. Tem o mesmo 2.0 turbo (com 211 cv) e o mesmo câmbio DSG. Abriria mão de boa parte da esportividade (e tecnologia) para ter mais espaço e suspensões mais confortáveis. Afinal, tenho mulher e filho pequeno e estou chegando aos 40 – espero que tão bem quanto o Golf.