Antes de qualquer um dos 22 pilotos acelerar um dos modelos da Troféu Linea (com estreia marcada para 30 de maio), já acelerávamos o carro no autódromo de Interlagos. O piloto e coordenador da divisão de competição da FPT (Fiat Powertrain Technologies), Ricardo Dilser, fez questão de frisar que aquela era uma das primeiras unidades a sair da linha de montagem.

Como todo carro de corrida, o Linea não oferece conforto. No interior, somente o básico: santantônios, banco concha com cinto de cinco pontos, volante Sparco, painel de bra de carbono, extintor de incêndio e um painel de instrumentos especial de competição que oferece todo tipo de informação ao piloto, como giro do motor, marcha engatada, pressão do turbo e do óleo, temperatura da água e muitos outros dados.

O câmbio sequencial de seis marchas é uma das características mais interessantes do modelo. Puxo a alavanca para trás e, mesmo com o pedal da embreagem pressionado até o m, o carro dá um pequeno pulo, anunciando que já está pronto para partir.

Os pedais são bastante duros e curtos. Saí dos boxes e acelerei fundo na reta oposta. Pude sentir a diferença de desempenho para o de rua. Apesar de ambos usarem o motor 1.4 T-Jet, aqui são 210 cv, ou seja, 58 cv a mais que no Linea de rua. Esse ganho foi possível por conta de várias modi cações no motor, entre elas a adoção do turbo usado pela Abarth, de uma nova bomba de combustível, de bicos injetores redimensionados e de uma nova central, que recebeu calibração específica.

A alavanca do câmbio sequencial tem uma trava, para evitar que o piloto engate a marcha à re acidentalmente

No final da reta, pisei com força no freio e fiz duas reduções de marcha. Mas não foi o su ciente. Tirei o pé do pedal e entrei na curva. Percebi que o carro estava “esparramando” mais do que deveria. Não pisei mais no freio e não z nenhum movimento brusco de direção, mesmo assim, saí um pouco da pista, colocando as duas rodas direitas no cimento. Mais tarde, descobri que seria necessário “subir” no pedal do freio para sentir a redução porque o sistema dispensa o servofreio, que, nos carros de rua, serve para deixar o pedal mais leve e progressivo. Por outro lado, sem esta peça, o freio ca mais sensível e di culta o bloqueio das rodas.

O restante do miolo foi mais tranquilo. O carro é muito divertido. As respostas de volante são rápidas, por conta da caixa de direção mais rápida. Os pneus slick grudam o carro na pista e a suspensão de competição é rígida e bem e ciente. Entro na subida da junção e chego até a quinta marcha. O teste havia chegado ao fim.

A categoria será a principal competição do Racing Festival, evento apadrinhado pelo piloto Felipe Massa e que terá também a Fórmula Future, uma modalidade de monopostos e uma de moto de 600 cm3.

O campeonato contará com seis etapas de rodadas duplas e terá a presença de pilotos como Cacá e Popó Bueno, Thiago Camilo, Giuliano Lossaco e Marcos Gomes. Espera-se que o próprio Felipe Massa faça alguma prova como convidado, assim como Barrichello – e até pilotos estrangeiros como o americano Jeff Gordon, da Nascar.

Um novo combustível

Os Linea e os Fórmula do Racing Festival usarão o novo V-Power Etanol, lançamento da Shell. Este combustível possui aditivos que aumentam em até 46% a limpeza do motor e garantem maior e ciência na queima. De acordo com a empresa, a melhora de desempenho existe, mas, para o uso em carros não preparados, ela é imperceptível. O V-Power Etanol já está sendo vendido em alguns postos na Grande São Paulo e, a partir de agosto, estará disponível também no Rio de Janeiro e na Bahia. Seu preço é 7% maior que o do etanol comum.