A confirmação da venda da fabricante britânica de motocicletas Norton para a empresa indiana TVS foi um alívio tanto para investidores quanto para consumidores e fãs da marca. A empresa, fundada em 1898 na cidade de Birmingham, estava atolada em dívidas com credores, clientes e bancos.

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Em janeiro, o Metro Bank, principal credor da Norton, acionou o BDO, grupo formado por administradores e auditores fiscais para assumir o controle da empresa e avaliar a real situação financeira da marca. O grupo produziu um relatório no mínimo alarmante: a administração financeira do CEO Stuart Garner era totalmente desastrosa.

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Ao longo dos último anos, a Norton havia contradído dívidas superiores a R$ 40 milhões, e que poderiam passar dos R$ 50 milhões. A discrepância e falta de exatidão nos valores, segundo relatório, deve-se à desorganização financeira da empresa sob a gestão de Garner, considerado o principal vilão pela ruína da montadora.

O documento apresentado com a auditoria fiscal da empresa mostrava que, tanto valores recebidos de empréstimos de bancários, quanto pagamentos de clientes e compradores, eram depositados no mesmo fundo. Dessa forma era impossível rastrear exatamente a origem e destino do dinheiros recebido pela empresa.

Para piorar a situação financeira da Norton, a empresa envolveu-se ainda em um imbróglio legal com funcionários e ex-funcionários por conta de problemas no fundo de pensão. Convocado para uma audiência em fevereiro, Garner simplesmente não apareceu e não deu satisfações sobre o destino do dinheiro reservado para pensionistas.

A salvação vem da Índia
Ex-colônia britânica, A Índia já foi chamada de jóia da coroa do Reino Unido. O país é sede da TVS Motor Company. É no mínimo curioso que venha do país (cuja independência do controle inglês se deu após um processo traumático e sangrento) a salvação para a Norton, uma das mais tradicionais marcas britânicas.

A venda da Norton foi concretizada no último dia 17, e confirmada tanto pelo BDO quanto pela TVS. Em breve comunicado, a empresa disse que pretende manter o quadro de funcionários da fabricante e que usará suas fábricas já estabelecidas no Reino Unido. A notícia foi uma alívio para consumidores e clientes que vêem nas declarações da TVS um compromisso em manter a tradição das motocicletas.