AUDI Q5 2.0 TSfiR$ 200.000 (ESTIMADO)

Depois de se iniciar no segmento de crossovers com o Q7, que briga com BMW X5 e Mercedes ML, a Audi agora lança o Q5 para enfrentar os rivais menores das duas marcas – X3 e GLK. Não leva sete passageiros (GLK e X3 também não), mas acomoda bem cinco pessoas, tem porta-malas amplo e é mais amigável para a cidade: uma escolha mais racional. O Q5 é um legítimo crossover. Fabricado sobre a plataforma do A4, guarda muitas semelhanças com o sedã. O objetivo foi fazer um veículo mais alto e espaçoso, com tração integral e boa altura livre do solo para aventuras fora de estrada, mas que mantivesse as qualidades dinâmicas de dirigibilidade do sedã – uma tarefa cumprida com sucesso.

Fabricado na plataforma do A4, o Audi Q5 é um legítimo crossover. Leva apenas cinco pessoas, mas é mais racional que o Q7

São duas opções de motores, com duas versões de acabamento para cada um: começa no Attraction 2.0, um tanto “pelado” para um carro deste segmento, passa pelo Ambiente 2.0 (avaliado) ou V6, e chega na versão top Ambition, só V6.

Os preços devem começar em R$ 200 mil e cerca de 80% das vendas serão do 2.0: mais barato, esse motor tem mais força que o V6. E o torque máximo ainda chega mais cedo e é mais constante (35,7 kgfm de 1.500 a 4.200 rpm, contra 33,7 kgfm a 3.500 rpm no V6). Pouco importa que o V6 seja mais potente (269 cv contra 214 cv), o desempenho não justifica pagar mais: ele é apenas 0,3 segundo mais rápido no zero a 100 km/h (o turbo cumpre a prova em 7,2 segundos) e 12 km/h mais rápido na velocidade máxima. No dia a dia, não fará a menor diferença. Desempenho e dirigibilidade surpreendem. O excelente 2.0 turbo com injeção direta, agora com comando variável de válvulas, faz o Q5, com 1.740 kg, parecer mais leve. Mérito também do câmbio manual automatizado com dupla embreagem (e opção de trocas por borboletas no volante). É o primeiro modelo da marca com este sistema e sete marchas (o A4 tem seis) vendido no Brasil.

Só escolha o V6 se fizer questão do ronco mais forte do motor ou de ter todos os opcionais, pois o pacote top só está disponível no V6. De qualquer forma, este 2.0 Ambiente fica devendo apenas os airbags laterais traseiros, a partida sem chave e as rodas aro 20. No mais, é carro completo: bancos traseiros corrediços e reclináveis, oito airbags, HDA (assistência eletrônica em descidas), faróis de xenônio, teto solar panorâmico… a lista é extensa. Opcionais, só piloto automático adaptativo, assistente de mudança de faixa, receptor de TV e som Bang & Olufsen.

Entre os opcionais, o destaque fica com um item praticamente indispensável: o Audi Drive Select (cerca de R$ 11 mil). Por meio de um botão próximo ao câmbio seleciona-se o modo “dinâmico” ou “conforto”. No primeiro, o Q5 tem comportamento de esportivo – a direção fica mais pesada e direta, a suspensão fica mais firme e as trocas de marchas ocorrem em giros mais altos. No segundo, conforto para terra ou ruas esburacadas, maior economia de combustível e volante mais leve. E há ainda o modo automático.

Sem este opcional, o Q5 fica sempre mais para o conforto – e perde boa parte da diversão e de suas qualidades dinâmicas. De qualquer forma, será um páreo bem duro para X3 e GLK.