Algumas pessoas sabem da minha obsessão pelo Fiat 500 (ou Cinquecento, em italiano). É um amor antigo. A paixão pelo simpático Fiat me levou a buscar o máximo de material sobre o “carrinho” e formar ao longo dos anos uma coleção de miniaturas dedicada a ele. Além do meu modelo 2012 na garagem, fui mais alto e resolvi tatuar um 500 1957 em minha perna. Loucura? Acho que não. Não existem os aficionados por VW Fusca, por Chevrolet Opala, por Dodge Charger ou pelos Ford Landau e Maverick?

Na minha vida profissional já tive a oportunidade de dirigir todo o tipo de carro. De 1.0 a superesportivos. Contudo, entre todos esses modelos, um deles foi muito especial de dirigir. Junto com o fotógrafo Cláudio Larangeira, viajei para a cidade de Itu (SP) para fazer uma matéria notável, pelo menos para mim: um encontro com dois Fiat 500 (um 2012 e outro 1966 das fotos de abre da matéria)

Costumo dizer que a vida é feita de oportunidades. Portanto, nunca perca a sua. Atendendo a um pedido do proprietário, aceitei o convite de dirigir o clássico 1966. Ao volante da piccola macchina, parecia uma criança no Natal com um turbilhão de pensamentos. Primeiro, era a realização de um sonho. Segundo, nada poderia acontecer ao pequeno Fiat. Aliás, o carro foi importado da Itália e restaurado aqui no Brasil.

Ao ligar o “Cinquino”, o som peculiar e apaixonante do motor de dois cilindros em linha montado na traseira invadiu a cabine. Que sinfonia, mamma mia! E dirigir um carro desses é uma experiência única. Ele oferece reações comedidas – são 18 cv – mas o baixo peso confere um desempenho digno e ele não demora a embalar. O câmbio manual tem quatro marchas e engates curtinhos. Já as suspensões compostas de molas helicoidais na frente e com feixe de molas atrás têm pouco curso e boa parte das imperfeições do asfalto são passadas para a cabine.

Que seja! Estava dirigindo um clássico italiano. Mais do que isso. O Fiat 500 foi um projeto de Dante Giacosa lançado em 1957, que substituiu o 500 Topolino. Ele ajudou tanto na reestruturação econômica da Itália quanto cooperou para motorizar a população italiana no período do pós-guerra. O nome “500” foi mantido do seu antecessor (500 Topolino) e é uma referência ao motor de 479 cm³ de 13 cv de potência do modelo 1957.

Foi um breve contato, porém, intenso. Guardo esse dia com uma enorme dose de nostalgia.