06/11/2025 - 16:00
Com cerca de 120 modelos lançados no mercado nacional ao longo do ano, 2025 será marcado pela estreia de carros com potencial para transformar seus respectivos segmentos. O Renault Boreal está entre eles.
Enquanto Volkswagen Tera, Nissan Kicks, Honda WR-V e Toyota Yaris Cross prometem acirrar a briga na já disputada categoria de compactos, o Boreal põe a Renault em um segmento neste momento morno, cuja novidade mais recente é a reestilização do Taos.

O representante da VW no segmento acumula pouco menos de 12 mil licenciamentos no acumulado do ano, enquanto os líderes Toyota Corolla Cross e Jeep Compass ultrapassam os 50 mil emplacamentos. Onde o Boreal se encaixará nesse ranking é um mistério, pois confronta-se a notável quantidade de predicados do modelo com a falta de experiência da empresa no segmento.
Logo, seu maior desafio será atrair consumidores para uma marca habituada a oferecer carros espartanos em qualidade de construção, desempenho e acabamento, mas que agora passa a ter o produto mais sofisticado na sua trajetória no Brasil – excluindo-se o Megane E-Tech, que é importado e elétrico e praticamente invisível no mercado.

Como nasceu o Boreal
Quarto lançamento do que a empresa chama de Renault International Game Plan – seu plano de 3 bilhões de euros para fortalecer a presença mundial da marca com oito novos modelos fora da Europa –, o Boreal é o segundo produto sobre a plataforma Renault Group Modular Plataform (RGMP), inaugurada no Brasil pelo Kardian.

Sua seção dianteira é fixa, mas a central tem quatro opções comprimento (curto, médio, longo e extralongo) e a traseira, três (médio, longo e extralongo). No Boreal, são 4,56 m de comprimento, 2,70 m de entre-eixos, ante 4,12 m e 2,60 m respectivamente do Kardian.

Essa arquitetura RGMP também está pronta para receber motorização híbrida, e a Renault já admitiu que terá um híbrido flex como Stellantis e Volkswagen.
De acordo com a marca, em três anos de desenvolvimento o Boreal consumiu 1 milhão de horas de engenharia e rodou 1,5 milhão de quilômetros em testes. O Brasil é o primeiro país a comercializá-lo.
“Para desenvolver e industrializar o Boreal no Brasil nós investimos R$ 2 bilhões no País, como parte do ciclo de 5,1 bilhões de reais de 2021 a 2025”, explica Ariel Montenegro, presidente e diretor geral da Renault do Brasil. Da fábrica de São José dos Pinhais (PR) o modelo seguirá também para outros 17 países da América Latina a partir do próximo ano.

Como anda
O primeiro contato com o Boreal foi basicamente rodoviário, ambiente onde o SUV demonstrou que seu motor 1.3 turbo de até 163 cv e 27,5 kgfm de torque dá conta dos 1.438 kg da configuração Iconic (R$ 214.990), a única disponível para o teste.
As trocas de marcha do câmbio automatizado de dupla embreagem são rápidas e agradam quem gosta de uma tocada mais esportiva.

O que mais surpreendeu foi como o modelo trata bem os ocupantes. Os bancos dianteiros têm ajuste elétrico e até massagem, algo inexistente nos líderes da categoria.

O elegante tom azul do revestimento dos bancos e das laterais de porta remete a modelos de categoria superior e há bastante espaço tanto para passageiros da frente quanto para os da segunda fileira. O porta-malas de 522 é o mais amplo do segmento.

Outro ponto elogiável é a escolha por botões físicos para os comandos do ar-condicionado. A central multimídia de 10 polegadas fica com as configurações do carro e emparelhamento sem cabo de smartphones. Destaque para o Google Automotive Services, que comporta mapa com informações sobre o trânsito em tempo real, assistente virtual que aceita mais de 70 comandos por voz e mais de 100 aplicativos.

O painel de instrumentos digital também de 10 polegadas se destaca pela oferta de informações com clareza e objetividade. É possível escolher o visual e o que ter na tela, mas sem o trabalho de ser perder em muitos menus.
Todo Boreal traz entre os principais equipamentos de série faróis full LED, ar-condicionado automático e digital dual zone com saída de ar traseira, console central com compartimento refrigerado, carregador de celular por indução, freio de estacionamento eletrônico, seis airbags e controle de velocidade adaptativo.

A configuração Iconic é incrementada com 48 opções de cores para a iluminação ambiente, teto solar panorâmico e sistema de som da Harman Kardon com 10 alto-falantes, que de acordo com a Renault teve o toque do músico, compositor e produtor francês Jean-Michel Jarre.
