23/07/2025 - 16:18
A Renault relatou crescimento zero no volume de vendas do segundo trimestre nesta quarta-feira, depois que uma queda na demanda por vans na Europa compensou o crescimento dos carros de passeio.
A montadora francesa, que havia alertado na semana passada para volumes de vendas de junho mais fracos do que o esperado, disse que suas vendas no segundo trimestre caíram 0,1%, apesar de uma série de lançamentos de novos veículos.
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Isso se compara ao crescimento de 2,8% no primeiro trimestre.
“Ao longo da primeira metade do ano, vimos uma concorrência cada vez mais acirrada entre os participantes do mercado europeu de veículos comerciais”, disse Ivan Segal, diretor global de vendas e operações da marca Renault, que representa 70% das vendas da montadora francesa.
“A demanda está difícil, sentimos um contexto econômico cheio de incertezas, certamente levando as empresas a adiar um certo número de compras”, disse ele aos repórteres.
Atualmente, a Renault está sendo dirigida por seu diretor financeiro, Duncan Minto, enquanto procura um novo presidente-executivo para substituir Luca de Meo, que deixou o cargo este mês.
A empresa, que publicará seus números completos do semestre em 31 de julho, também revisou na semana passada para baixo suas previsões de margem operacional e fluxo de caixa livre para o ano inteiro.
Embora as vendas de automóveis da marca Renault tenham aumentado 8,4% no primeiro semestre, graças principalmente ao Clio, um best-seller na Europa, as vendas de vans e veículos comerciais leves altamente lucrativos, que representam um quinto dos volumes de vendas da Renault, caíram 29%.
O declínio foi exacerbado por um efeito de base desfavorável e uma atualização de sua oferta de produtos.
No entanto, as vendas de veículos elétricos da marca Renault aumentaram 57%, superando o desempenho de um mercado que cresceu 25%, graças ao sucesso do R5 na França, Alemanha e Espanha.
O A290, o novo modelo elétrico da marca esportiva premium Alpine da Renault, ajudou a marca a registrar um salto de 85% nos registros no primeiro semestre de 2025.
Segal disse que espera que a marca Renault recupere sua participação no mercado de veículos comerciais no segundo semestre.
Ele acrescentou que o crescimento geral seria “em linha” com o primeiro semestre, enquanto a marca teria um crescimento de dois dígitos fora da Europa.
A Renault gera mais de 70% de suas vendas na Europa, o que a protegeu das interrupções comerciais ligadas às tarifas dos Estados Unidos, mas a torna vulnerável a qualquer desaceleração no continente, onde a concorrência de novos participantes chineses está aumentando.
Buscando mercados de maior crescimento, a marca Renault vem lançando novos modelos na América Latina, Turquia, Marrocos e Coreia, o que resultou em um aumento de 16,3% nas vendas fora da Europa no primeiro semestre do ano.