As fabricantes do setor automotivo Renault e Nissan, parceiras há 24 anos, lançaram nesta quarta-feira (8) um novo formato, mais equilibrado, de sua aliança, inciativa que já havia sido anunciada em fevereiro.

“Após a obtenção das autorizações regulamentares solicitadas, o Novo Acordo da Aliança entre o Grupo Renault e a Nissan entra em vigor hoje. Substitui os acordos anteriores que regulavam a gestão da Aliança”, informaram as empresas em um comunicado conjunto da parceria, que também inclui a Mitsubishi.

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“O novo capítulo da Aliança se apoiará nas bases sólidas de uma parceria de longa data. Maximizará a criação de valor para todos os seus membros, assentando as bases para uma nova gestão equilibrada, justa e eficaz”, afirmou Jean-Dominique Senard, presidente da aliança.

A Renault possuía 43,4% da Nissan, mas a partir de agora ambas “detêm uma participação cruzada de 15%”, enfatiza o comunicado.

Dessa forma, tem fim o período de longa dominação francesa iniciado em 1999, quando a Renault adquiriu parte do capital da Nissan.

A negociação foi prejudicada pela entrada surpresa do Estado francês no capital da Renault em 2015 e pela queda de Carlos Ghosn, que presidia a aliança, e que acabou preso no Japão no final de 2018 acusado de crimes financeiros.

O CEO da Nissan, Makoto Uchida, citado no comunicado, afirmou que um “acordo de igual para igual” permitirá que a empresa “continue desenvolvendo [suas] competências essenciais e ganhando agilidade”. “Estamos convencidos das perspectivas frutíferas que surgirão desta colaboração reequilibrada”, acrescentou.

O diretor-executivo da Renault, Luca de Meo, declarou, por sua vez, que esta é uma “nova era da Aliança”, que estará “reorientada para os negócios”, mencionando projetos comuns na Europa, América Latina e Índia”, com o objetivo de “criar centenas de milhões de euros de valor para todos os parceiros”.

Na Argentina, a Nissan vai lançar uma caminhonete projetada pela Renault e no México a montadora japonesa quer relançar a marca francesa com a produção de seus modelos.

Nissan e Renault também têm um plano de lançar neste mercado, onde sua margem de crescimento é grande, dois pequenos veículos elétricos comuns.

As duas empresas e a Mitsubishi — da qual a Nissan detém 34% do capital — colaboram em vários veículos e, juntas, possuem uma força de trabalho de 375 mil funcionários.

Os carros Renault e Nissan têm os mesmos motores e há automóveis da Renault vendidos sob o emblema da Mitsubishi.