A história do Toyota Prius no Brasil começa apenas este mês, mas, no mercado global, é bem mais longa que isso. Desde 1997, foram três gerações do modelo e mais de 2,8 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. Mas já se foi o tempo em que o primeiro híbrido da história estava anos-luz à frente da concorrência. Hoje, quase todos os fabricantes usam a combinação de motor a combustão com motor elétrico e a vantagem competitiva da Toyota se tornou menor.

Por isso, a nova geração do Prius dará um belo salto à frente – não apenas tecnológico, mas também estilístico. No lugar do visual asséptico e politicamente correto, a Toyota quer aumentar o apelo emocional do modelo, hoje comprado mais como manifesto de consciência ambiental do que como objeto de desejo. Foi o que nos revelou uma fonte da própria Toyota.

Ele continuará a ser reconhecido como um Prius, mas a carroceria vai abandonar o formato de cunha. A linha de cintura será mais baixa, assim como o capô. A marca japonesa espera que o modelo passe a ser uma compra emocional. “A segunda geração”, revela nossa fonte, “foi criada para formadores de opinião da classe média-alta, enquanto a atual é preferida por motoristas mais velhos, que procuram um carro com preço bastante razoável e baixo consumo.” A ideia é mudar isso tudo.

Para inverter essa tendência, além do visual ousado, o Prius terá uma reformulação total de conteúdo: uma nova plataforma, 70 quilos mais leve, e um novo sistema híbrido. Como o departamento de pesquisa e desenvolvimento da marca ainda está trabalhando no sistema, o novo Prius, que era previsto para 2014, será lançado só no começo de 2015. “No próximo ano, muitas patentes relacionadas com o sistema THS (Toyota Hybrid System), hoje exclusivas da Toyota, se tornarão domínio público. Com o novo sistema, voltaremos a nos distanciar da concorrência”, diz nossa fonte. Embora não revele os detalhes, ele afirma que o motor a gasolina de quatro cilindros “será radicalmente alterado, enquanto o motor elétrico e o inversor terão uma redução nas dimensões e, mesmo assim, produzirão mais energia”.

Pela primeira vez, também, o Prius terá uma versão com motor elétrico traseiro adicional, que funcionará a até 60 km/h. Acima desse limite, o Prius volta a ter tração só dianteira. “O novo Prius empregará uma tecnologia mais avançada, redefinindo o conceito de híbrido”, promete. Quanto às baterias, surpresa: a nova geração terá as tradicionais de níquel metal-hidreto, em vez das mais compactas de íons de lítio. “Era de se esperar que usássemos lítio, mas nossos pesquisadores descobriram que as de níquel gerenciam melhor a energia no uso intensivo, com recargas frequentes.” Para completar a revolução, asuspensão traseira ficará mais sofisticada, com um sistema multilink no lugar da barra de torção atual – o que, além de trazer prazer ao volante, aumentará o porta-malas para generosos 500 litros.

O melhor de tudo, no final das contas, é que todas essas melhorias no sistema híbrido e na aerodinâmica, além da redução de peso, farão o novo Prius atingir a ambiciosa meta de 40 km/l – uma marca quase imbatível.