Ele sempre foi o maior sucesso da Audi no mundo, desde o seu lançamento. O A3 conseguiu atrair um público mais jovem para a marca das quatro argolas, algo que a Mercedes está tentando agora com o novo Classe A. Mas no Brasil, a vida do A3 não foi tão fácil, por conta de dois momentos decisivos. O primeiro foi quando o modelo começou a ser fabricado no Paraná, em 2000. Nessa época, a Audi se consolidou como uma marca premium, e seus carros viraram objetos de desejo. Seis anos depois, a matriz decidiu parar a fabricação nacional. As vendas desabaram, assim como o valor do A3 usado.

Foi preciso tempo para que o carro recuperasse seu status. Agora 2013 promete ser o ano do A3 no Brasil. A marca estuda voltar a fabricar o compacto no País (a decisão sai nos próximos meses) e inicia a importação da nova geracão. O A3 Sport (duas portas, avaliado) chega em maio. Um mês depois será a vez do A3 Sportback (quatro portas, avaliado na edição 358, de janeiro). Produzido na Alemanha, os dois modelos foram apresentados ao público brasileiro no Salão do Automóvel de São Paulo de 2012. Mas, para quem ainda não viu o modelo, não espere mudanças radicais. As alterações foram profundas e podem ser vistas de longe, mas não são exageradas. Não chocam.

O novo Audi A3 Sport é poucos centímetros maior que a versão anterior. Na frente, dois adultos altos, com 1,80 m, viajam fácil. Na parte de trás, melhor se os passageiros tiverem menos que isso. Na dianteira, a grade com faróis estreitos bixenônio e luzes em LED contínuo não deixa dúvidas de que se trata de um membro da família Audi. Nas laterais, os espelhos retrovisores externos vêm na cor do carro e, na traseira, os destaques ficam por conta das novas lanternas e do spoiler.

A Audi concentrou esforços no interior: painel e console redesenhados, materiais de primeira linha e muita tecnologia embarcada. Para os jovens, principalmente aqueles que não conseguem desgrudar das redes sociais, o A3 vem com a tecnologia de internet 3G – os passageiros com tablets e celulares podem acessar a internet usando o ponto de acesso wi-fi do carro. O motorista pode ver mapas do Google, traçar rotas e buscar endereços na tela ultra na de sete polegadas escamoteável.

O Audi Drive Select também está presente no A3 Sport e permite ao motorista decidir o modo mais adequado ao seu estilo de condução (Conforto, Auto, Dinâmico, Individual ou Eficiência). Já o piloto automático é do tipo adaptativo: acelera e freia automaticamente, dependendo da velocidade do carro da frente, evitando assim colisões. Para estacionar, o Auto Park auxilia o motorista com câmera de ré, display de 360 graus e 12 sensores ultrassônicos que detectam obstáculos ao redor do veículo. Já o sistema start-stop auxilia na redução do consumo.

O computador de bordo é equipado com um programa de eficiência que exibe dados referentes ao consumo e sugestões para uma condução mais econômica. O modelo incorpora também o sistema de recuperação de energia, que aproveita a energia cinética gerada nas desacelerações e frenagens e a transforma em energia elétrica, que é armazenada na bateria. Quando o veículo acelera novamente, essa energia é redirecionada para o alternador, economizando combustível. Com uso de alumínio (o A3 está cerca de 80 quilos mais leve e pesa agora 1.325 kg), motor mais moderno, câmbio de última geração e diminuição de peso do carro, o consumo médio combinado (cidade/ estrada) na Europa é de 18 km com um litro de gasolina.

O motor do A3 avaliado é um 1.8 turbo com injeção direta que produz 180 cv. Equipado com transmissão S tronic de sete velocidades, com dupla embreagem e tração dianteira, o modelo é fácil de guiar na cidade e na estrada se mantém firme mesmo aos 200 km/h (estamos na Alemanha e as Autobahn não têm limite de velocidade). Como as estradas de Munique são planas e poucos sinuosas, não testamos o carro em curvas fechadas e rápidas – como fizemos com a versão Sportback em Mônaco. Mas o conjunto está melhor nesta geração.

No Brasil, seu preço deve ficar bem próximo dos R$ 115 mil, já que chega apenas na configuração topo de linha, com motor 1.8 e, provavelmente, tração Quattro, como a versão das fotos. Para o Sportback – que terá ainda um motor 1.4 turbo –, os preços deverão ficar no meio do caminho, entre os R$ 89.950 do BMW Serie 1 mais barato e os R$ 99.900 do Mercedes Classe A de entrada.