A mensagem foi clara: o pôster oficial do Salão de Tóquio (ao lado) mostrava carros com corações. Na apresentação à imprensa, marcas como Honda e Toyota falaram repetitivamente em prazer e diversão ao volante. Respostas claras a dois paradoxos da indústria automotiva, duas contradições no cerne do desenvolvimento dos carros do futuro: poluir pouco e, ao mesmo tempo, acelerar bem; prevenir acidentes, seguindo na direção dos carros que guiam a si próprios, sem eliminar a diversão ao volante.

Mesmo lançamentos prontos para produção, como o jipinho Honda Vezel e o novo Mini, mostram que esse futuro está virando realidade: o primeiro estreou já em versão híbrida; o segundo ganhou motor 3 cilindros. Outros modelos, como o Jaguar F-Type Coupé, resistem com seus motores V8, mas compensam usando materiais leves. Aqui você confere alguns destaques do salão; de outros, mais importantes para o Brasil, falamos nas páginas anteriores, na reportagem “Invasão Japonesa”.

No fim, Tóquio mostrou carros que ganham tecnologia e seguem novos rumos, mas que, felizmente, não serão transformados em máquinas insensíveis. Essa mudança, porém, não será abrupta. Carros que se guiam sozinhos precisam que leis sejam ajustadas e novas tecnologias esbarram em altos custos. Os lançamentos mostram uma evolução lenta, os conceitos apontam um salto evolucionário. E o Japão é parte importante dessa transformação.