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Cansou do visual do seu carro e o dinheiro anda curto para trocar por um novo? Uma das maneiras mais simples de dar outra “cara” para seu automóvel pode ser mais fácil do que parece: a personalização das rodas. Recurso comum nos Estados Unidos e Europa, modificar a pintura e visual das rodas pode, por incrível que pareça, dar aquela renovada na aparência do seu carro. E melhor, gastando pouco. O trabalho de recuperação e pintura/personalização de rodas custa entre R$ 100 e 200 por roda, conforme a complexidade e tipo de serviço exigido.

Existem dois momentos em que isso pode ser feito. O primeiro é quando você realmente cansou do estilo das rodas que equipam seu carro, e resolve procurar uma empresa especializada para fazer um “upgrade” sem necessariamente trocar as rodas por outros modelos. O outro momento é quando, por algum motivo, é necessário reparar as rodas, por conta de um amassado, desgaste ou arranhão no meio-fio.

O trabalho completo de personalização das rodas começa com a desmontagem dos pneus e remoção dos chumbos de balanceamento e eventuais calotinhas. Com as rodas desmontadas, o técnico faz um minucioso exame em busca de deformações e trincas, corrigindo os danos se necessário.

Caso existam riscos nas bordas, as rodas são levadas a um torno específico, onde são usinadas. Se forem riscos superficiais, uma rápida usinagem resolve, mas se as marcas forem mais profundas, será preciso repor material, com solda TIG e alumínio. Nesse caso, a usinagem devolve o formato original da roda e corrige as imperfeições. Esse trabalho é feito com uma ponta microscópica de diamante, vindo daí a expressão “diamantação”.

Um erro gravíssimo é corrigir o ovalado das rodas no torno, removendo material da parte deformada. Isso praticamente inutiliza a roda, deixando as paredes do roda mais finas de um lado do que do outro, comprometendo a estrutura e, claro, a segurança.

Com a roda corrigida e perfeitamente circular de novo, inicia-se a parte de pintura e personalização. Primeiro é preciso remover a pintura e verniz antigos. Pode ser feito o lixamento da área ou então a queima da tinta antiga, com maçarico, controlando a temperatura com um termômetro a laser. O alumínio e ligas usadas em rodas começam a derreter perto dos 800 °C, e para ter margem de segurança grande, o ideal é não passar dos 200 °C. Pintura antiga queimada, a roda vai para o jato de areia, onde são removidos todos os resíduos que restaram.

Antes da pintura, a roda é novamente examinada quanto a deformações. Para corrigir empenos, são três procedimentos diferentes para aquecer o ponto danificado: soprador térmico, em casos mais simples; infravermelho, em casos um pouco mais graves, e maçarico nas situações mais extremas, sempre respeitando o limite de 200 oC. Nas três situações o desempeno é corrigido num equipamento hidráulico especial.

Qualquer deformação no aro ou mesmo trincas e quebras podem ser reparados com segurança. O que não se recomenda são consertos nos raios, pois é ali que atuam todas as forças físicas vindas da transmissão para vencer a resistência do pneu em contato com o piso.

Agora é a hora de decidir que tipo de personalização fazer, o que vai do gosto do proprietário do carro: pode ser feita a pintura prata mais clara ou escura, preto brilhante, preto fosco, grafite fosco ou brilhante, cores variadas, tintas e vernizes especiais, combinação de duas ou três cores e diamantação de certas áreas da roda. Hoje, por exemplo, está na moda combinar grafite fosco com diamantação. Como dissemos, vai conforme o gosto.

Existem tintas especiais, importadas, que simulam o cromado, mas podem dobrar o preço da reforma por serem muito caras. Rodas cromadas também são difíceis de voltar ao brilho original, já que não há no Brasil ninguém que faça esse serviço (de cromeação de rodas) com qualidade e durabilidade. Além disso, a remoção do cromo velho para eventual pintura demanda muito tempo, produtos específicos e custa por isso mais caro.

Existem vários processos de pintura de rodas, mas o mais correto é seguir o roteiro de pintura automotiva. Começa com a correção de pequenos defeitos e imperfeições da roda com massa plástica. Depois lixamento, aplicação de fundo, novo lixamento, pintura, verniz e secagem em estufa de infravermelho (que aquece o metal de dentro para fora, garantindo aderência perfeita dos materiais).

Duas horas depois, a roda está quase pronta. São feitas várias fotos térmicas, para detectar eventuais trincas por meio da variação de temperatura. Tudo OK? Então na sequência são montados os pneus, feitos os balanceamentos e as rodas estão prontas para valorizar seu carro.

Agradecimento especial à Eagle Rodas (11 99717-2943 e 19 97117-5678), de Campinas (SP), pela assessoria técnica na produção desta reportagem.