09/09/2025 - 7:00
As montadoras alemãs vão exibir ao público seus novos carros durante o Salão de Munique (ou IAA Mobility), que ocorre nesta semana na Alemanha, a partir desta terça-feira, 9.
A feira acontece em meio a uma crise no setor automotivo local, que vem dos últimos anos. Isso engloba altos custos e baixa demanda por veículos elétricos, com perda de mercado para OS chineses como a BYD, segundo analistas.

Final de 2024 marcado por greves
Vale lembrar que o final de 2024 foi marcado por greves de milhares de trabalhadores em toda a Alemanha. Eles pressionavam por salários mais altos. As paralisações de trabalhadores sindicalizados somaram quase quatro milhões de pessoas, atingiram empresas como a Volkswagen, BMW e Mercedes.

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Crise na Volkswagen
Em junho deste ano, a Volkswagen prometeu cortar 35 mil postos até 2030 – o que equivale a 27% de seus empregados na Alemanha. Houve a adesão de cerca de 20 mil funcionários a um programa de demissão voluntária. Atualmente, a matriz alemã emprega 130 mil pessoas.
De acordo com o diretor financeiro David Powels, a meta é tornar a empresa competitiva e sustentável até 2029, reduzindo a ociosidade das fábricas e aumentando a margem de lucro da VW, que tem baixa rentabilidade. Para Powels, a VW investe demais e lucra pouco com seus carros elétricos.
“Nossa chance agora é corrigir juntos esse desequilíbrio e voltar a operar de forma lucrativa”, afirmou à Deutsche Welle à época.
Vale destacar que no ano passado a Volkswagen cogitou fechar pelo menos três fábricas na Alemanha – algo inédito na história da gigante automobilística – e reduzir o tamanho das unidades fabris restantes no país.
“O principal problema é que temos muitas crises ao mesmo tempo”, disse o presidente-executivo da Volkswagen, Oliver Blume, à Reuters, neste domingo, 7.

VW: elétricos baratos para concorrer com os chineses
Como resposta, a Volkswagen mostrou dois conceitos elétricos que serão exibidos no Salão de Munique e que chegam ao mercado em 2026: o ID.Polo e o ID.Cross.
Os veículos sairão de fábrica como Polo e T-Cross elétricos, respectivamente. A VW prometeu que o hatch de produção do conceito custaria inicialmente menos de 25.000 euros, ou quase R$ 140 mil em conversão direta.

BMW com nova geração de elétricos
A BMW terá como holofote a nova geração do iX3. O modelo será o primeiro da “nova era” ou como os alemães chamam: “Neue Klasse”. Trata-se de uma grande reformulação no portfólio elétrico. Com isso, a montadora afirma estar confiante que pode voltar a crescer em seu maior mercado, a China.
“Somos mais do que competitivos com esse produto”, disse o diretor financeiro Walter Mertl à Reuters. “Com o aumento da disponibilidade do Neue Klasse, veremos novamente crescimento na China.”
Assim como seus pares europeus, a BMW sofreu reveses na China devido à concorrência local agressiva e a uma retração no setor imobiliário que afastou os consumidores chineses mais ricos da compra de carros novos. No primeiro semestre de 2025, as vendas da montadora alemã de carros de luxo na China caíram 15,5%.
Com o iX3 50, a BMW poderá alcançar margens iguais às dos equivalentes com motor a combustão – a chamada paridade de margem – já em 2026, disse Mertl.
As baterias dos novos veículos estão entre 40% e 50% mais baratas do que as dos modelos existentes, disse Mertl, um fator fundamental para ajudar o grupo a aumentar a lucratividade.

Com informações de Reuters e Deutsche Welle*