Pela primeira vez, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, vem ao Salão do Automóvel. Isso mostra como o Brasil ganhou destaque no mercado global e cresceu em importância estratégica para os fabricantes. Uma das missões do chefão da marca aqui é anunciar as novidades de nosso mercado. De todas elas, talvez esse Civic Si seja a de menor importância quando se pensa em volume de vendas, mas, provavelmente, é a mais vital para despertar e manter o desejo do consumidor de ter um Honda.

Talvez o maior problema do Si antigo tenha sido não se diferenciar tanto da versão familiar, com o motor 1.8. Por isso, a Honda decidiu, sabiamente, adotar outra estratégia: agora o esportivo vem apenas com a bem mais agressiva carroceria de cupê, com duas portas, que é seis centímetros mais curta e cinco mais baixa que a do sedã. Assim, quem tiver um Civic Si certamente não será tomado por um pacato pai de família.

Importado dos EUA, como antes, ele é construído sobre uma plataforma ligeiramente diferente da usada no sedã, com entreeixos cinco centímetros mais curto e diferencial traseiro de deslizamento limitado para maior esportividade. Mas o grande trunfo do Si está mesmo debaixo do capô – como deve ser em um esportivo de verdade, e não só de fachada, como o brasileiro já está se acostumando a ver.

No lugar do tradicional 1.8 ou do novo 2.0, o Si Coupé tem um motor de 2,4 litros que gera ótimos 204 cv e atraentes 23,5 kgfm. Como o 2.0 do Si da geração anterior, o motor i-VTEC DOHC ainda gosta de girar alto, mesmo que um pouco menos: o torque máximo aparece a 4.400 rpm (antes vinha a 6.000) e a potência máxima vem a 7.000 rotações (eram 7.200). Usando com moderação, gasta pouca gasolina; pisando fundo, garante muita emoção. O câmbio, como antes, é um manual de seis marchas com alavanca e relações curtas e engates bastante precisos.

Com acerto de suspensão esportivo, que chega a ser incômodo para quem não gosta desse tipo de carro, será um belo rival para o GT 86, outra estrela do salão: o Toyota tem muitas características em comum com o Honda, mas leva vantagem por oferecer tração traseira e ter sido um projeto desde o princípio mais devotado à esportividade.