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A Renault decidiu dar um gás em seus motores 1.0 e 1.6. Aproveitando a experiência de regeneração de energia que pratica na Fórmula 1, o fabricante francês apresentou em Curitiba dois novos motores para os modelos Sandero e Logan: o 3 cilindros 1.0 12V SCe e o 4 cilindros 1.6 16V SCe. A sigla SCe vem do termo “Smart Control efficiency” (Controle Inteligente de eficiência). Produzidos na fábrica de São José dos Pinhais (PR), os novos propulsores passam a equipar três versões do hatch e duas do sedã. Veja aqui o test drive e nossa avaliação.

O motor tricilíndrico 1.0 SCe do Sandero estreia nas versões Authentique Série Especial (R$ 42.400), Expression Série Especial (R$ 44.950) e Vibe (R$ 47.100). No Logan, ele equipará as versões Authentique Série Especial (R$ 46.300) e Expression Série Especial (R$ 48.200).

Segundo a Renault, o novo motor SCe transformou o Sandero no hatch 1.0 mais econômico da categoria. Com o antigo bloco 16V, o Sandero fazia 11,9 km/l de gasolina na cidade; agora, com o novo 12V, sua autonomia urbano é de 14,2 km/l. Os dados são do Inmetro. Para além de conseguir uma redução de 19% no consumo de combustível, o Sandero 1.0 também se tornou mais ágil. Graças às novas tecnologias, o Sandero 1.0 SCe é mais econômico na cidade do que na estrada. Sua autonomia rodoviária é de 14,1 km/l com gasolina e de 9,6 km/l com etanol.

A potência subiu de 77 para 79 cv com gasolina e de 80 para 82 cv com etanol, porém num regime de giros um pouco mais alto (6.300 rpm contra as anteriores 5.750 rpm). Não houve mudança nos valores do torque (10,2 kgfm com gasolina e 10,5 com etanol), mas o aproveitamento da força do motor surge bem antes, a 3.500 rpm (antes eram 4.250). Os engenheiros da Renault afirmam que 90% do torque já está disponível a 2.000 giros.

Na prática, o carro se torna um pouco mais prazeroso de dirigir, pois se arrasta menos no trânsito. É no novo motor 1.6 SCe, entretanto, que o ganho em desempenho será mais visível. O grande do 1.0 SCe da Renault é mesmo a economia — afinal, torna-se mais eficiente no consumo urbano do que sete concorrentes 1.0 que o batiam nesse quesito quando abastecidos com gasolina (Hyundai HB20, Nissan March, VW Fox, VW Gol, Chevrolet Onix, Fiat Uno e Ford Ka).

Isso é resultado da combinação da grande modificação feita no motor com o novo sistema ESM, sigla de “Energy Smart Management” (Gerenciamento Inteligente de Energia), que atua junto com a nova assistência eletro-hidráulica da direção (2% de economia no consumo). Por meio do ESM, o alternador recupera a energia das desacelerações e envia para a bateria. Assim, nas acelerações, o alternador não precisa “roubar” essa energia.

A Renault fez nove modificações no motor 1.0 12V em relação ao 1.0 16V. O tricilíndrico tem duplo comando de válvulas variável, bloco em alumínio, comando de válvulas por corrente no lugar de correia, polias e aneis dos pistões com revestimento em carbono, resfriador de óleo, coletor de escapamento integrado ao cabeçote, biela fraturada, bomba de óleo de vazão variável e virabrequim forjado.

Um dos itens mais importantes é o duplo comando variável, pois permite mais torque em baixos giros ao mesmo tempo em que economiza combustível. O alumínio foi para reduzir peso (nada menos de 20 kg foram poupados) e a corrente do comando de válvulas representa maior durabilidade do que a correia. A engenharia trabalhou também na redução de atritos e de vibrações, exatamente como se busca na Fórmula 1. A integração do coletor ao cabeçote deixou o motor mais compacto e permite um tratamento mais rápido dos gases de escape, reduzindo assim as emissões de poluentes.

Reestilizado em 2014, quando ganhou a frente parecido com a do Renault Clio europeu, o Sandero é um grande sucesso comercial no Brasil. Em outubro, ele foi o quarto carro mais vendido do País, nos calcanhares do Ford Ka, e atrás dos líderes Chevrolet Onix e Hyundai HB20. No acumulado do ano, o Sandero também ocupa uma posição de destaque: está em sétimo lugar, com 49,8 mil emplacamentos, à frente de modelos mais badalados, como Fiat Uno, VW Gol, Jeep Renegade, Honda HR-V e VW Up.

 

SANDERO VIBE 1.0 SCe

A Renault também anunciou em Curitiba que o Sandero Vibe, uma série limitada em 9.500 unidades, volta ao mercado. O carro tem mais equipamentos e visual diferenciado. Por fora, os maiores destaques são para as rodas aro 15 e para os retrovisores na cor dark mettalic. Os faróis têm contorno preto. Por dentro, bancos exclusivos, alto-falantes com sistema de LED, saídas de ar na cor azul e assinatura Vibe no volante. Entre outros equipamentos, o Sandero Vibe já vem com Media Nav Evolution com tela de 7″ e navegador por GPS.

MOTOR 1.6 SCe

O novo motor 1.6 SCe tem 115/118 cv de potência a 5.500 rpm e 16,0 kgfm de torque a 4.000 giros. Ele está disponível em cinco versões do Sandero: Expression (R$ 49.770), Dynamique (R$ 53.500), GT Line (R$ 54.620) e Easy’R Expression (R$ 54.420) e Easy’R Dynamique (R$ 58.550). O Sandero Stepway também ganhou o novo motor 1.6 SCe. Em breve faremos a avaliação do Logan 1.6 SCe.

 

FICHA TÉCNICA
Renault Sandero 1.0 12V SCe
Preço básico: R$ 46.300
Motor: 3 cilindros em linha 1.0, 12V, start-stop
Cilindrada: 999 cm3
Combustível: flex
Potência: 79 cv a 6.300 rpm  (g) e 82 cv a 6.300 rpm (e)
Torque: 10,2 kgfm a 3.500 rpm (g) e 10,5 kgfm a 3.500 rpm (e)
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: eletro-hidráulica
Suspensões: McPherson (d) eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,060 m (c), 1,733 m (l), 1,536 m (a)
Entre-eixos: 2,590 m
Pneus: 185/65 R15
Porta-malas: 320 litros
Tanque: 50 litros
Peso: 1.011 kg
0-100 km/h: 13s1 (g) e 13s0 (e)
Velocidade máxima: 160 km/h (g) e 163 km/h (e)
Consumo cidade: 14,2 km/l (g)  9,5 km/l (e)
Consumo estrada: 14,1 km/l (g) e 9,6 km/l (e)
Emissão de CO2: 93 g/km
Classificação do Inmetro: A
Na categoria: A (Compacto)