01/11/2008 - 0:00
O segmento das picapinhas é uma invenção brasileira. Talvez por isso, até hoje, apenas as marcas com mais tempo de Brasil explorem esse mercado. Mas isso está para mudar. Durante encontro com jornalistas brasileiros no Salão de Paris, o presidente da Renault do Brasil, Jérôme Stoll, foi questionado sobre a possibilidade de a marca investir no segmento de picapes. Sorrindo, ele recomendou: “Acho que vocês deveriam visitar onosso estande no Salão de São Paulo.” O convite era para que conhecêssemos de perto o conceito destas fotos, modelo que se transformará, em breve, na picape do compacto Sandero.
Desenvolvido pelos profissionais do design da Renault América Latina, o Sand’up Concept é praticamente um carro de produção. Claro que perderá os assentos da caçamba, os racks de alumínio que sustentam um teto de vidro (que o transforma em cupê), ganhará portas convencionais (essas são do tipo asa de gaivota) e terá o apelo visual off-road amenizado. Mas, fora isso, a picape já está praticamente pronta para ser produzida no Paraná, na plataforma do Logan.
A motorização do modelo de linha será provavelmente a mesma do conceito: a unidade 1.6 16V Hi- Flex que a marca utiliza no hatch e desenvolve 112 cv de potência com álcool e torque de 15,5 kgfm. Para concorrer com o Fiat Strada, seu principal alvo, o modelo não terá opção de um propulsor 1.0.
A carroceria do Sand’up Concept, desenvolvida sobre a base do Sandero Stepway, tem 4,1 m de comprimento, 1,8 m de largura e uma caçamba de 500 kg que pode ser estendida (1,7 m) ou recolhida (1,3 m), dependendo do uso que o consumidor estiver fazendo dela.
O conceito da Renaut propõe uma picape versátil, com quatro assentos e que pode se transformar em um cupê ou estender a caçamba para carregar mais bagagens. Sob essa proposta, esconde-se o carro real: uma picape praticamente pronta, feita sobre a plataforma do Logan, assim como essa Dacia, na foto da direita
A picape do Logan já é produzida pela romena Dacia, subsidiária da Renault. Mas, por questões estratégicas, o modelo brasileiro terá a base do sedã com o visual do hatch, mais bem recebido pelo consumidor nacional. A julgar pelo desempenho de vendas do modelo, é provável que sua versão utilitária roube boa parte dos cerca de 14 mil consumidores que, todos os meses, compram uma das picapinhas nacionais.