01/05/2008 - 0:00
Você entende o logotipo acima? Nem nós. A palavra “Santana” escrita na traseira do carro explica tudo
As ruas de Pequim têm alguns modelos bem conhecidos dos motoristas brasileiros. Diversos Palio, Corsa e Gol de vez em quando aparecem por aqui. Mas, em matéria de carro “nosso”, nenhum chega perto do Santana.
Velhos, novos, tinindo ou caindo aos pedaços, em quase todas as ruas há um deles. A esmagadora maioria da frota policial ainda é do modelo da Volks, que segue entre os mais vendidos do país até hoje. Em janeiro de 2007, foram vendidas 19.762 unidades, 16,5% mais do que em 2006.
Uma das explicações para o sucesso: o Santana foi o carro-símbolo do início da produção automotiva chinesa. O primeiro Santana chinês foi apresentado pela Volks de Xangai em 11 de abril 1983. Cinco anos depois, a montadora já comemorava a marca de 50.000 unidades produzidas – o que, em um país com uma indústria ainda fraca e população com poder aquisitivo baixíssimo, já era um feito.
O modelo continua em linha e, além do original, que segue em produção (majoritariamente usado pela polícia), são vendidas duas outras versões: Santana 3000 (com opção de entreeixos 10 cm maior que o do último modelo vendido aqui, além de novos faróis, mais modernos) e Santana Vista. Os dois têm opcionais de respeito: bancos em couro, câmbio automático e sistema de som com MP3 integrado ao painel com comandos no volante. São oferecidos em quatro versões: 1.8 Leisure, a mais barata, 1.8 Comfort, 2.0 Luxury Manual e 2.0 Luxury Automático, top de linha – todas a gasolina, uma vez que o país ainda não começou a usar o álcool combustível.
Acima, o Santana 3000, quase idêntico ao último modelo vendido no Brasil, mas com entreeixos 10 cm maior, atendendo aos pedidos dos taxistas. Abaixo, o Santana Quantum 2000, primeiro modelo vendido no Brasil, que ainda é produzido na fábrica chinesa (à direita). A foto em preto-e-branco, mais abaixo, foi tirada na época da inauguração da V olks chinesa, em 1984
No painel do Santana Vista, à esquerda, o acabamento que imita madeira tenta dar um ar de sofisticação ao nosso velho conhecido
Outra explicação para o sucesso está no preço. Para um carro considerado de alto nível e com componentes importados (o câmbio automático), o preço de um Santana é baixo. Os modelos zero-quilômetro custam entre 91 mil iuane (R$ 22.300) e 122 mil iuane (R$ 29.875). No mercado de usados, um Santana 2000 manual sai por cerca de 50 mil iuane (R$ 12.244).
Mas a história do carro, que já não é mais vendido no Brasil desde o ano passado, não deve parar aí. A VW de Xangai promete para este ano o Santana 4000, para tentar aumentar ainda mais as vendas. Em 2007, incluindo Hong Kong, as vendas do grupo chegaram a 910.491 unidades. A montadora, que patrocina os Jogos Olímpicos, ainda não divulgou os detalhes da nova versão.