A marca sueca de caminhões Scania lançará um centro de produção de 2 bilhões de euros na China em outubro, sua terceira base global, ao lado das fábricas do grupo na Suécia e no Brasil, disse o presidente-executivo global, Christian Levin.

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A nova fábrica na China atingirá uma capacidade de produção de 50 mil veículos – quase o dobro das 30 mil unidades que a instalação da Scania produziu no Brasil em 2024 – ao mesmo tempo em que aumentará a demanda por peças fabricadas na América do Sul, disse Levin, que também dirige o grupo Traton, cujo portfólio inclui as marcas Scania, MAN, International e Volkswagen Caminhões e Ônibus.

A Scania também está dando início a um novo ciclo de investimento de quatro anos no Brasil, que se tornou seu segundo centro depois da Suécia no final da década de 1950.

O ciclo terá investimento de R$2 bilhões até 2028. Parte do investimento será destinada a iniciativas relacionadas à eletrificação de veículos da marca no país.

Com seus principais centros de produção na Europa e na América do Sul, oferecendo os mesmos produtos em diferentes regiões geográficas, a Scania expandiu sua presença em várias partes do mundo.

“Isso nos tornou muito fortes na América Latina e na Europa, mas somos bastante fracos na Ásia”, disse Levin. “Se um cliente na Ásia quiser comprar um Scania, ele terá de obtê-lo na Europa ou no Brasil, o que significa uma espera de talvez seis ou sete meses.”

Nova fábrica da Scania na China será ponte para novas tecnologias

O estabelecimento no mercado chinês também dá à Scania acesso à próxima geração de tecnologia de transporte na China.

“Portanto, queremos aproveitar isso”, disse ele. “Queremos fazer parte do ecossistema, queremos estar perto da concorrência.”

A grande aposta da Scania na China ocorre em meio às crescentes tensões comerciais com os Estados Unidos, que Levin chamou de “prejudiciais para o mundo em geral”.

“Isso afasta-se da ordem mundial e do livre comércio como um mecanismo fundamental para tornar o mundo mais rico e um lugar melhor para se viver”, disse ele.

Em contrapartida, Levin mostrou-se otimista em relação às perspectivas do Mercosul, que está buscando ratificar um acordo comercial com a União Europeia. “Agora, se o Mercosul estiver realmente voltando, isso nos tornará ainda mais fortes.”