Desde 1995, quando deu as caras pela primeira vez como veículo conceito da Audi, o TT mostrou a que veio: colocar a montadora em novos patamares de esportividade e design. Assim nasceu, em 1998, um esportivo divertido, elegante e arrojado. Características, aliás, que capitanearam o desenvolvimento de sua terceira geração, apresentada ao mundo em setembro na pequena e encantadora cidade espanhola de Marbella. Banhada pelo mar Mediterrâneo, o local esbanja beleza natural não só por suas praias, mas também pela paisagem árida de suas estradinhas sinuosas. O cenário ideal para colocar à prova um esportivo que tem como palavra de ordem o prazer ao dirigir. Em nome dessa  loso a, os engenheiros alemães não hesitaram em ousar.

Por fora, eles conseguiram manter a identidade do TT (a silhueta que lembra a da primeira geração, por exemplo), mas com linhas agressivas que renderam ao carro um visual mais invocado. Suas dimensões continuam praticamente as mesmas, com 4,18 m de comprimento e apenas 1 cm a menos de largura (1,20 m). Ainda assim, graças à nova plataforma e à nova carroceria, o TT ganhou 4 cm de distância entre-eixos (ele tem 2,50 m no total). Não espere, no entanto, um espaço do banco traseiro capaz de levar dois adultos. Até porque, diga-se, como bom esportivo, sua proposta é oferecer uma experiência agradável apenas para duas pessoas. “O novo TT tem o espírito da primeira geração de 1998, com forte in uência do R8 e do protótipo da equipe Audi no FIA WEC, campeão da última edição da tradicional 24 Horas de Le Mans”, diz Marija Andrijanic, gerente de marketing de produto da marca. 

De fato, não é difícil encontrar essas semelhanças, principalmente olhando para a parte frontal do novo TT. A forma do capô, bem como a da grade dianteira, segue a linguagem de design do superesportivo R8, enquanto a assinatura visual dos faróis é herança do R18 e-tron, que tem LEDs na vertical. Na traseira, além das lanternas de LED que seguem a mesma assinatura, o destaque ca por conta do brake-light, que se estende entre as lanternas na altura da tampa do porta-malas. Com o conjunto óptico aceso, o modelo ca totalmente inconfundível. A cereja do bolo do visual do novo TT é o aerofólio traseiro, que é acionado automaticamente a 120 km/h.

Apesar do design externo mais envolvente, a grande revolução dessa nova geração do TT está no interior. Seguindo à risca a  loso a de ser um esportivo com foco no motorista, a Audi concentrou praticamente todas as informações e comandos do carro no visor atrás do volante. Em vez de instalar o sistema multimídia no console central do interior, ele foi integrado ao painel de controle, que passou a ter uma tela de 12,3 polegadas. Além das funções básicas, como velocímetro, conta-giros e computador de bordo, o equipamento recebeu ainda o comando de mídia, informações da con guração do carro (como os modos de condução do sistema drive select), conexão 4G, hotspot wi- e dados de navegação. Esse último é um capítulo à parte. O mapa é tão realista que, por alguns instantes, você chega a pensar que se trata de uma foto de satélite. Sobraram poucos botões ao alcance do carona.

Tudo no novo TT contribuiu para melhorar a experiência a bordo. Em especial, a utilização da mesma plataforma do Volkswagen Golf, a MQB, e a nova arquitetura da carroceria, que
reduziu seu peso em 50 quilos, graças ao uso de metais leves, como alumínio. Tivemos a oportunidade de testar as duas versões que desembarcarão no Brasil em 2015: TT 2.0 TFSI
e TTS, ambas com o e ciente câmbio automatizado de dupla embreagem. A primeira foi nas estradas de Marbella, onde pudemos sentir o quanto uns quilinhos a menos fazem diferença na dirigibilidade do carro. Ele está mais ágil e atento aos comandos do volante e do acelerador. O conjunto parece ter caído como uma luva para o motor 2.0 de 230 cv de potência e 37,7 kgfm de torque. É, sem dúvida, 
mais esperto e divertido do que antes. 

No fim das contas, a Audi, que começará a vender o TT por E$ 35.000 na Europa, em outubro, não poderia ter criado um carro mais focado na satisfação do motorista.

AUDI TT 
Motor: 4 cilindros em linha, injeção direta
Cilindrada: 1997 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 230 cv entre 4.500 e 6.200 rpm
Torque: 38,7 kgfm  entre 1.800 e 5.700 rpm
Câmbio: automatizado, seis marchas, dupla embreagem
Tração: dianteira (TT) ou integral (TT S)
Direção: elétrica
Dimensões: 4,18 m (c), 1,83 m (l), 1,34 m (a)
Entre-eixos: 2,51 m
Pneus: 245/40 R18
Porta-malas: 305 litros 
Tanque: n/d
Peso: 1.230 kg
0-100 km/h: 5s3
Velocidade máxima: 250 km/h
Consumo: 15,6 km/l (média, Europa)
Nota do Inmetro: não participa.