20/09/2025 - 18:00
Outra matéria aqui do site me levantou a curiosidade: levar para casa um sedan médio (Nissan Sentra Advance), ou um SUV compacto (Peugeot 2008 GT), os dois por praticamente o mesmo preço. Sou da época dos sedans médios em alta e, apesar de eles já terem perdido boa parte do brilho de outrora, ainda são carros de respeito. Por outro lado, também aprecio os SUVs em diversos aspectos, e eles são o carro da moda. Sim, a dúvida entre um e outro é grande.
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O sedan: Sentra
Ok, sedans costumam ser mais caretas, especialmente falando do Sentra. Nele, motorista e passageiros vão sentados em uma posição mais baixa, fato que melhora a dinâmica do veículo. Assim configurado, ele é mais estável e capaz de fazer curvas mais velozes. Sua capacidade de aceleração é bem razoável: partindo da imobilidade, chega aos 100 km/h em cerca de 9,4 segundos e na velocidade máxima em uma pista plana, atinge facilmente os 190 km/h. Sob o capô, um 2.0 aspirado, que rende medianos 150 cv e 20 mkgf. Bebe só gasolina, do jeito que vem do México.

Apesar desse pênalti, o Sentra oferece números positivos para um sedan familiar, incluindo o porta-malas com 466 litros. Só que, por conta daquela posição baixa dos bancos, é necessária uma certa ginástica para entrar e sair do carro. Idosos e pessoas com mobilidade reduzida já encontram um problema aqui.

O SUV: 2008
Nesse caso, já pode valer mais o SUV. No caso, o Peugeot 2008. Ainda que ele não seja o mestre da dinâmica de condução (centro de gravidade é mais elevado, suspensões tem curso maior, concepção mecânica é mais enxuta), e traga uma cabine similar à do hatch 208, oferece mais praticidade a bordo. O movimento de entrar e sair é bem mais tranquilo, por exemplo, sem muita dificuldade. Só que no porta-malas vai menos bagagem, não tem jeito, e o espaço interno também é um pouquinho inferior.

Ele usa um 1.0 turboflex, que, apesar de menor, se equivale ao do Sentra na entrega: 130 cv e 20,4 mkgf, com etanol. Coisas da superalimentação. Além disso, explora uma tecnologia inexistente no Nissan: híbrida-leve. Motor de arranque e alternador se juntam numa só peça, que trabalha para ligar o carro, fornecer energia elétrica e ainda ajudar o motor a combustão durante a condução. Transmissão? CVT, como no sedan.

A bordo
Rodei nos dois carros, como passageiro. O Sentra é nitidamente um projeto médio, um tanto mais elaborado. Faz menos barulho, tem um acabamento superior ao toque, e, como não poderia deixar de ser, tem dimensões mais generosas. Porém, além da história da missão de entrar e sair mais complicada, notei que ele sofre mais no nosso piso esburacado. Lembra das suspensões mais baixas e carroceria próxima do solo? Pois é. Características que tem seu preço.

O 2008 mostrou-se mais prático, como esperado num SUV. Pra entrar ou pra sair, e também para acomodar coisas no porta-malas: a capacidade pode ser menor, mas a “boca” é superior, e a altura elevada do compartimento pode facilitar algumas coisas. Cabe menos, mas acomoda com mais facilidade. Em contrapartida, como deriva de um projeto mais enxuto, o Peugeot não ganha do Nissan em matéria de silêncio a bordo ou nível de acabamento, por exemplo.

Confortáveis, os dois são. Bancos grandes, suspensões bem calibradas, sistemas de ar-condicionado potentes e espaço interno decente são vantagens de ambos. Como já disse, porém, o Peugeot encara o asfalto ruim com mais bravura. Também não raspa saia de parachoque em valetas grandes, ou consegue subir uma calçada mais alta. Pode ser que o Sentra “se machuque” numa aventura dessas. Exige mais cuidado.

Depende do caso, e do momento
O que eu acho? Já tive inúmeros sedans, e sempre fui apreciador desse tipo de carro, especialmente esses médios, como o Nissan Sentra. A dirigibilidade, o estilo e o requinte falam alto, sem dúvidas. Porém, dou meu braço a torcer para os SUVs, caso do Peugeot 2008: praticidade, habitabilidade, acessibilidade e robustez podem valer muito mais, dependendo do caso.
Ultimamente, ando pendendo mais para o lado do Peugeot 2008 (e equivalentes) do que para o lado dos sedans médios: gosto do entra-e-sai fácil, do conforto das suspensões elevadas, da tranquilidade para passar por buracos, da ampla altura do solo e da bravura para encarar algumas situações. Aos 40 anos, certamente iria de Nissan Sentra, mas aos 71 recém-completados, vou mesmo é dos práticos SUVs.