Poucos meses se passaram desde o facelift do Classe C atual, mas com sedã médio a Mercedes-Benz não brinca. Tanto que os testes do futuro Classe C, código W206, já estão em andamento. A quinta geração de um dos modelos estratégicos da marca – prova disso é ser fabricado no Brasil – servirá para reafirmar seu papel na linha. Assim como o Série 3 preserva “a tradição de sedãs esportivos” da BMW, o novo Classe C se reafirmará como “miniatura” do Classe S. Apresentado no Salão de Detroit de 2014, o modelo atual passará o bastão para o sucessor no final de 2020, com apresentação no fim do ano (outubro em Paris ou novembro, em Los Angeles) e vendas no início de 2021.

Suas dimensões e proporções, a julgar pelos protótipos que flagramos, não devem desviar muito das atuais. Talvez, como aconteceu com o Série 3, ele passe o limiar psicológico (e físico) dos 4,70 m – mas será um aumento mínimo, já que hoje mede 4,69 m. Até o entre-eixos deve permanecer o mesmo, em torno de 2,85 m (hoje 2,84 m), enquanto uma ligeira redução na altura é possível: os “cupês de quatro portas” CLA e CLS não serão fonte de inspiração.

Já o estilo vai mudar. Será mais limpo, como no CLS e no Classe A, que reduziram o número de “nervuras” em favor de superfícies mais nítidas. Esse quinto Classe C terá também uma nova frente, com luzes “afiadas”, como no Classe A e no CLS, e grade mais vertical e de cabeça para baixo: tudo para formar o que os projetistas chamam de “cara de predador”. Além disso, como nos modelos recentes, as lanternas serão mais horizontais.

A mudança de geração será oportunidade para voltar à vanguarda do infotainment. O facelift não trouxe o novo sistema MBUX. A próxima geração, então, terá a oportunidade de compensar essa falha – talvez até com uma versão mais avançada do já surpreendente assistente de voz da marca.

A nova dianteira com grade invertida e faróis triangulares é chamada de “cara de predador”. Depois de estrear no CLS e no Classe A chegará ao sedã médio. Atrás, lanternas mais horizontais, como no GLE (Ilustração: Marcelo Poblete)

Boa notícia também na plataforma: o motor longitudinal da plataforma MRA modular (que estreou no Classe C atual) será substituída pela MRA 2, que estreia no Classe S de 2020, com mais rigidez torcional, mais alumínio e menos peso. Para as quatro variantes – sedã, perua, cupê e conversível –, a sofisticada construção com quadriláteros na frente e multilink atrás será confirmada, assim como opção de suspensão a ar.

O novo conjunto propulsor turbo híbrido “leve”, de 197 cv, deve ser confirmado para a versão de entrada. Será a única opção a gasolina nos modelos “normais” – no mais, só nos da linha AMG. O sucessor do C 43 vai trocar o V6 por um seis-em-linha 3.0 turbo híbrido “leve”, com mais de 400 cv. Para o C 63, há possibilidade de uma revolução: não está excluída a chance de o V8 4.0 biturbo ficar só no E 63, deixando espaço para o já citado seis-em-linha.

De qualquer forma, o mais esportivo Classe C será um híbrido de mais de 500 cv. E, depois, há a possibilidade de que, como no E 63, haja uma versão com tração integral – mas capaz de enviar 100% do torque para a traseira. A Europa ainda terá motores a diesel de quatro cilindros 1.6 e 2.0 e dois híbridos plug-in: um clássico a gasolina 2.0 turbo e um 2.0 turbodiesel. Finalmente, terá novos sistemas de assistência ao motorista: logo após o Classe S, também terá condução autônoma nível 3, que permitirá viagens sem intervenção humana em estradas a até 130 km/h.