10/12/2019 - 14:54
Sim, o carro que você vê atacando a zebra de um circuito é nossa projeção do futuro Mercedes-Benz GLA. Além de na linha desse modelo não faltarem variantes usuais e hiper-dinâmicas da Mercedes-AMG, a ambientação um tanto incomum da ilustração se deve à missão clara do modelo em questão – orientada muito mais para oferecer emoção ao volante do que espaço ou praticidade, para agradar mais o coração do que a razão. E a marca da estrela queria permanecer fiel à sua fórmula original nesta segunda geração – de crossover (mistura de estilos, SUV+hatch). Mesmo que um pouquinho diferente do primeiro.
O novo GLA, que aqui acostumamos a chamar de SUV, ganhará alguns centímetros extras comparado aos 4,42 metros atuais. Terá uma nova plataforma – a MFA II (código da marca), que dará origem a oito veículos globalmente. O crossover revela claramente seu objetivo, de cara, pelo visual: conquistar quem quer um carro um pouco mais alto e com certo grau de versatilidade, mas sem exagerar nas dimensões externas. O papel de “SUV verdadeiro” ficará para ser mais novo irmão, o GLB, que, embora nascido na mesma plataforma MFA, é quase tão longo quanto um GLC e tem sete assentos.
Assim, o novo GLA, se propõe como rival para modelos como o Audi Q2 (e também o Q3) e o BMW X1 (e o X2, porque não?), isso sem falar no sueco Volvo XC40. Talvez por esse motivo seu design pareça mais maduro e alinhado com as últimas criações de Stuttgart. Ainda a serem confirmadas as lanternas traseiras, que serão mais pontiagudas que hoje e semelhantes às dos Classe A e B. Na dianteira, os designers vão enfatizar a grade generosa com o brasão em evidência, com desenho bastante dinâmico. Isso sem negligenciar detalhes que apelam para o fora de estrada e a identidade de crossover do GLA, como as proteções plásticas nas caixas de roda e na área inferior dos pára-choques, para protegê-los de riscos estão nas estradas de terra – ou dos riscos da selva urbana, que seja.
TUDO EM DUAS TELAS
Depois de desvendar o visual, tentamos descobrir os detalhes. Como mencionado, as medidas devem crescer, mas com moderação – crescerão comprimento, largura, altura e até mesmo entre-eixos. Objetivo? Mais espaço para bagagem e pessoas, especialmente aqueles que se sentam no banco traseiro. No compartimento de passageiros – não poderia ser diferente – linhas e tecnologias do resto da família estrearão. Formas suaves, mas teutônicas, muitos materiais macios, texturas e superfícies diferentes. Isso sem esquecer as duas grandes telas lado-a-lado que incluem, além do infotainment, com o conhecido sistema de inteligência artificial MBux, também o painel de instrumentos, obviamente digital. A posição de condução será levemente elevada em relação ao atual, para que o motorista veja melhor as armadilhas das ruas (e observar o mundo). Até mesmo entrada e saída da cabine devem ficar mais fáceis.
E a mecânica? Será compartilhará, em grande parte, com outros modelos da marca: no início das vendas, programada para meados de 2020 na Europa (e início de 2021 no Brasil, onde passará a ser fabricado), os tradicionais motores a combustão a gasolina serão mantidos, e o de entrada será o 1.3 turbo desenvolvido em colaboração com a Renault-Nissan, já usado por aqui no recém-lançado Classe A Sedan, com potência de até 163 cv e sistema de desativação de dois cilindros, enquanto o 2.0 turbo de 245 cv estará disponível também com tração nas quatro rodas. Tudo será controlado por uma caixa manual de seis velocidades (que não deve vir ao Brasil) ou por uma de dupla embreagem e sete velocidades.
A gama também deve incluir variantes híbridas plug-in, mas que não chegam antes de 2021. E, como mencionado, também haverá espaço para os monstros da AMG: esperamos tanto o “pequeno” 35, com 306 cv, quanto o 45 (de 387 cavalos), também da sua versão S, com até 420 cv. Todos com tração nas quatro rodas para descarregar o (grande) potencial dos quatro cilindros no asfalto, e configurações e pneus mais dedicados a aumentar o desempenho, claro.
Assim, a segunda geração promete ser um osso duro de roer para os rivais, já que parece ter armas para seduzir ainda mais clientes. Incluindo os que, até agora, dificilmente teriam o levado em consideração. A versão de produção será apresentada nesta quarta-feira (11). A marca da estrela jogará em casa, onde nada poder dar errado.
NEGÓCIOS DE FAMÍLIA
O jogo, se é que pode ser chamado assim, é o mesmo para a maioria dos fabricantes de carros: criar uma plataforma mecânica básica modular e usá-la para o maior número de modelos – a mais famosa hoje é a MQB, da Volkswagen. As vantagens são múltiplas, a partir da contenção dos custos de produção, graças ao uso comum de um grande número de componentes (e às vezes também das linhas de produção) e ao aumento no volume de produção. Tomemos, por exemplo, a plataforma MFA II da Mercedes, que estreou nos Classe A hatch e sedã. Essa mesma base, também do GLA, tem sido usada como backbone (espinha dorsal) para modelos aparentemente muito diferentes uns dos outros, como o A Sedan, o Classe B, o CLA (também na versão Shooting Brake) e até mesmo o mais recente SUV GLB. As medidas variam de 4,42 m de comprimento (Classe A) a 4,69 metros (CLA). A oitava cria da MFA II? Será chamado Classe A L Sedan, e dedicado exclusivamente ao mercado chinês, com distância entre-eixos 8 cm maior do que o do irmão europeu.