O “andar de cima” de sua gama de modelos a BMW já renovou com os novos X4 e X5 e o grandalhão X7 – além do novo X6, que chega muito em breve, e do Série 8, o único que foge da ditadura dos SUVs e SUVs-cupês. Mas, principalmente no Brasil, é importante para a marca alemã competir também com modelos de entrada – com tração dianteira e preço abaixo dos R$ 200.000. Assim, além de renovar o best-seller SUV X1, a marca lançará também um novo Série 1 e um inédito “cupê de quatro portas”, o Série 2 Gran Coupé – enfim um rival direto para o Mercedes-Benz CLA. (Nota: após a publicação desta reportagem na edição 427 da MOTOR SHOW, a BMW revelou oficialmente imagens e informações dos novos X1 e Série 1)

Série 2 Gran Coupé: na projeção, o Série 2 Gran Coupé, com linhas “leves” e janela traseira inclinada. Os faróis alongados apontam para o “duplo rim” emoldurado e mais largo, e o capô é vincado

Se a maior novidade é o novo cupê, um tipo de carro que a BMW faz bem, a maior polêmica está na adoção da tração dianteira pelo conhecido e admirado Série 1. Não se trata, porém, de uma surpresa, pois era prevista há anos como consequência lógica (industrial) do uso dessa configuração em outros modelos. Série 2 Active Tourer e X1 (2016), por exemplo, usam a base UKL2, a mesma adotada pelo “primo” Mini Countryman; no Série 1, ela evoluirá e se chamará Faar.

Os cupês de quatro portas são, na verdade, sedãs com truques de design que acabam
“eliminando” o terceiro volume, ligando a linha do teto à da traseira/porta-malas

As mudanças visam justamente deixar os carros mais esportivos – como exige o DNA do hatch e exigirá o design do “cupê” – mesmo com tração dianteira. Além disso, a Faar tornará possível versões xDrive (tração integral) e híbridas plug-in com motor elétrico na traseira. Poderão até ter emissão zero.

No Série 1, a plataforma com motor transversal trará novas possibilidades de estilo, habitabilidade e dinâmica – neste último ponto, tão importante para puristas, não dá pra julgar nada antes de um teste real. Seu estilo também mudará. A dianteira ficará mais curta, já que o motor não é mais longitudinal, aumentando o espaço na cabine e no porta-malas. As proporções serão diferentes, com mistura de superfícies côncavas e convexas. Além da tração traseira, o seis cilindros em linha deve sumir, por não ser compatível com a nova base. Ficam os três e quatro cilindros, a gasolina ou diesel, 1.5 e 2.0.

X1: o X1, que mudou bem da primeira para a segunda geração e agora ganhará um facelift. Ao lado, o Série 1, que sempre foi um hot hatch de respeito e agora terá tração dianteira

Por essa mudança de eixo motriz o SUV X1 já passou – mas como ele nunca foi tão esportivo assim, não houve tanta decepção. Agora, o modelo se prepara para sua reestilização de meia-vida, como mostramos aqui: mudarão principalmente os faróis e as tomadas de ar. Quanto ao interior, são esperadas modificações nos materiais e no sistema de infotainment.

Série 1: o Série 1, que sempre foi um hot hatch de respeito e agora terá tração dianteira

Voltando ao grande destaque: o Série 2 Gran Coupé terá cerca de 4,5 m de comprimento, para ficar abaixo do Série 4 Gran Coupé. Previsto para 2020, deve usar também a Faar – ou seja, terá tração dianteira ou, no máximo, integral. Será o elo entre o Série 1 e sedã Série 3, cuja última geração, que chega ao Brasil agora (leia nesta edição), cresceu em tamanho e prestígio, abrindo espaço para esse novo modelo. O objetivo é cobrir todos os nichos possíveis de mercado, como sua arquirrival Mercedes-Benz fez ao lançar modelos como o CLA – que também tem tração dianteira.