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A tradição da General Motors na fabricação de sedãs de sucesso no Brasil vem dos anos 1960. Sem contar modelos menores como o Prisma, cinco carros marcaram a história da marca Chevrolet nos modelos de três volumes: Opala (1968 a 1992), Monza (1982 a 1996), Omega (1992 a 1998), Vectra (1993 a 2011) e Cruze (2011 a 2016). Cada um teve sua importância, mas o Cruze ainda não havia conquistado o mesmo brilho técnico de seus precursores. Com o novo Cruze, a história é diferente. Ele ficou tão bom que certamente marcará época na história dos sedãs da Chevrolet.

Com a nova geração, lançada oficialmente ontem à noite, em São Paulo, a GM espera vender 2.200 Cruze/mês. Ainda está longe dos mais de 5.000 Corolla/mês vendidos pela Toyota, mas o objetivo deste Chevrolet não é ganhar participação de mercado, e sim dar bons lucros. O Cruze LT custa R$ 89.990 e o LTZ sai por R$ 96.990. Completo, o topo de linha sobe para R$ 107.450.

Já dirigimos o novo Cruze. Totalmente remodelado, com um visual marcante, um acabamento primoroso, maior distância entre-eixos e um novo motor 1.4 turboflex, o carro empolgou. Houve uma melhora geral. O design é esportivo e elegante. O pequeno motor turbinado de 150/153 cv, com injeção direta, entrega muito mais torque do que o velho 1.8 já a partir de 1.500 rpm e conseguiu nota B de consumo na classificação geral do Inmetro e nota A na categoria Grande. Na cidade, o novo Cruze é 0,2 km/l mais gastão do que o Corolla 1.8 automático (com etanol e com gasolina). Na estrada, é 0,8 km/l mais econômico, nas mesmas comparações.

Nas condições de estrada, o novo Cruze é muito mais estável e confortável do que seu antecessor. O conforto do motorista começa na posição de dirigir, pois a ergonomia melhorou bastante e supera tranquilamente a do Corolla. O painel desta segunda geração do Cruze é atualíssimo. O quadro de instrumentos agora é um display colorido de 4,2”, repleto de informações importantes (como tendência de consumo, distância do carro à frente e pressão dos pneus). Ele está em perfeita sintonia com a tela central de 8” acoplada ao conjunto. O grande visor fica ao alcance da mão do passageiro – que desfruta das vantagens do dual cockpit – e traz a central multimídia My Link 2, Android Auto, Apple Car Play e o ótimo sistema On Star II, com novos serviços.

Produzido em Rosario, na Argentina, o Cruze segue o design dos novos Chevrolet Impala (lançado em 2014) e Malibu (2015). O designers conseguiram suavizar os ângulos que os vidros dianteiro e traseiro formam com o capô e a tampa do porta-malas, deixando o carro ficou mais aerodinâmico. Ele foi totalmente desenhado em túnel de vento sob o comando de Ed Welburn, chefe mundial de design da GM, que está se aposentando. A dupla grade dianteira foi integrada aos faróis. As rodas são de liga leve aro 17 (cinzas na versão LTZ e prata na LT) com 10 raios. Na traseira, as lanternas são bipartidas, porém funcionais. Uma bela solução do design está no brake light embutido na parte superior do vidro traseiro, pois ele ajuda tanto na estética quanto na aerodinâmica.

O Cruze agora tem um dos maiores entre-eixos da categoria (2,70 m), igual ao do Corolla e do Nissan Sentra. Portanto, houve melhora no espaço para as pernas de quem viaja atrás. As cabeças também ganharam um pouco mais de distância até o teto. A carroceria ficou 25% mais rígida e 100 kg mais leve, apesar de o carro ter ganhado 15 novos equipamentos de segurança. Segundo a GM, o motor 1.4 do Cruze é 3,6 kg mais leve que o similar da Audi/Volkswagen. Ele tem bloco, cabeçote e cárter de alumínio e utiliza uma bomba de óleo de deslocamento variável (joga mais óleo para o motor em altas rotações e menos em baixas). O foco no baixo consumo também pode ser verificado no sistema start-top e na nova transmissão GF6 III, de terceira geração, com Active Select (trocas sequenciais movendo a alavanca). Aliás, devido aos equipamentos e ao preço, o novo Cruze passa a ser um concorrente direto do Audi A3 Sedan, um dos carros de entrada do segmento premium.

O Chevrolet Cruze 2017 começa a ser vendido no início de julho. O Cruze LT oferece itens de série como piloto automático, controle de tração/estabilidade, direção elétrica, luzes diurnas, assistente de partida em subida, tomada de 12V para os passageiros de trás, sensor de estacionamento, câmera de ré e isofix para cadeirinhas infantis. O Cruze LTZ acrescenta cromados na grade, no contorno dos vidros laterais e na tampa do porta-malas, airbags laterais e de cortina, sensor de chuva, retrovisores com aquecimento e My Link 2 com navegador por GPS integrado, entre outros equipamentos. Existe ainda, no Cruze LTZ, o pacote opcional Hi-Tech, com assistente de permanência de faixa, alerta de colisão frontal, alerta de ponto cego, sistema de estacionamento semi-automático, farol alto adaptativo, banco do motorista com ajustes elétricos e carregador de celular sem fio.

Com 9 cavalos a mais de potência, o Cruze 1.4 Turbo reduziu em quase 1 segundo o tempo na aceleração de 0-100 km/h em relação ao Cruze 1.8. O motor demonstrou boa elasticidade na retomada de 40-120 km/h, o que favorece as condições de ultrapassagem. Rodando a 120 km/h de forma constante, o motor gira a 2.200 rpm. Isso o torna econômico na estrada.

FICHA TÉCNICA
CHEVROLET CRUZE LTZ 1.4 TURBO
Preço básico: R$ 96.990
Carro avaliado: R$ 107.450
Motor: 4 cilindros em linha 1.4, 16V, turbo, injeção direta, start-stop
Cilindrada: 1399 cm3
Combustível: flex
Potência: 150 cv a 5.600 rpm (g) e 153 cv a 5.200 rpm (e)
Torque: 24,0 kgfm a 2.100 rpm (g) e 24,5 kgfm a 2.000 rpm (e)
Câmbio: automático sequencial, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: discos ventilados (d) e discos sólidos (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,665 m (c), 1,807 m (l), 1,484 m (a)
Entre-eixos: 2,700 m
Pneus: 215/50 R17
Porta-malas: 440 litros
Tanque: 52 litros
Peso: 1.321 kg
0-100 km/h: 9s0 (g/e)
Velocidade máxima: 214 km/h (g/e)
Consumo cidade: 11,2 km/l (g) e 7,6 km/l (e)
Consumo estrada: 14,0 km/l (g) e 9,6 km/l (e)
Emissão de CO2: 108 g/km
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: A (Grande)