Para quem vai no banco de trás, o assento do meio é desconfortável por conta do túnel central e do porta-objetos que, mesmo fechado, incomoda. Mas, com quatro pessoas e andando suave, a sensação a bordo é a de estar na sala de casa: conforto e silêncio

Depois de Picanto e Soul, chegou a vez do Kia Sportage ganhar motor ex. A unidade 2.0, segundo a marca, foi completamente revista. Manteve o mesmo bloco de alumínio, mas recebeu materiais mais leves, resistentes e adaptados para o etanol. O comando de válvulas variável, agora atua na admissão e no escape e a taxa de compressão foi aumentada, o que resultou em mais potência. São 169 cv com gasolina (contra 166 cv do modelo anterior) e 178 cv quando abastecido com etanol.

Além da transmissão automática de seis velocidades – que não sofreu alteração nas relações –, esse novo propulsor, na versão de entrada, passa a trabalhar acoplado a uma transmissão manual de seis marchas. Nessa con guração, que custa R$ 90,9 mil, traz ar manual, direção elétrica (antes era hidráulica), CD player com MP3, entrada auxiliar, para USB e comandos no volante, abertura de portas à distância, vidros com função um toque, rodas aro 18, airbag duplo, encostos de cabeça ativos e freios com ABS e EBD. “O modelo de entrada responderá por 5% das vendas. Um cliente que compra um carro acima de R$ 90 mil, quer o automático. Então, esse vai ser nosso foco”, a rmou Ary Jorge Ribeiro, diretor de vendas da Kia no Brasil. Com transmissão automática, o valor salta para R$ 95,4 mil. Mas esse cliente não quer só o câmbio automático, quer também um carro completo. Por isso, a marca acredita que a maior demanda ainda será pelo modelo topo de linha (avaliado).

 

Versão topo de linha conta com oito airbags, teto-solar, couro nos bancos, câmera de ré e ar-condicionado dual zone, mas falta ajuste de profundidade ao volante 

A versão mais cara não é a 4×4, que ca devendo os airbags laterais e o teto-solar duplo. Ela custa R$ 113,4 mil, contra R$ 114,6 mil da 4×2. Essa última vem com oito bolsas in áveis, controle de estabilidade, câmera de ré, ar bizone, oito opções de ajustes elétricos para o banco do motorista, partida por botão, piloto automático, bancos de couro, luzes diurnas de LED, spoiler traseiro e grade cromada.

Apesar da vasta lista de equipamentos, há faltas: o freio de estacionamento não é automático, não há saídas de ar-condicionado para a traseira e o volante não oferece ajuste de profundidade.

O carro é ágil, apesar de seu porte e peso. Na estrada, o motor não vibra, e a transmissão de seis marchas ajuda no rodar silencioso. A 100 km/h o motor está pouco acima dos 2.000 giros. As suspensões independentes trabalham adequadamente e a sensação é de robustez e segurança nas curvas. Mas na hora de uma ultrapassagem, a limitação da cilindrada aparece. O torque de 21,4 kgfm, disponível a altas 4.700 rpm, não parece mais su ciente. O câmbio reduz rápido para tentar auxiliar o motor, procura potência, o ruído cresce, o consumo aumenta e a resposta demora a aparecer.

Durante o test drive de cerca de 130 quilômetros (quase exclusivamente rodoviário), a média cou na casa dos 8 km/l com etanol. É pouco provável que os consumidores optem por esse combustível no dia a dia. Ainda assim, a marca espera um bom acréscimo nas vendas. “Em 2011, vendemos 8.379 unidades. Para 2012, esperamos comercializar 14.200 Sportage”, revelou Ary Jorge Ribeiro.