O menor esportivo da marca bávara carrega no DNA toda a tradição e know-how da divisão Motorsport, braço esportivo da BMW. Um legítimo puro-sangue com linhagem herdada dos irmãos maiores M3, M5, M6 e companhia. Lançado no último Salão de Detroit, em janeiro deste ano, esse pequeno e endiabrado exemplar da Série 1 começa a ser vendido em nosso mercado por R$ 268.600.

Do BMW 135i que lhe deu origem não sobrou muita coisa. O visual musculoso foi obtido graças aos para-lamas alargados para receber as rodas de 19” calçadas por pneus de per s bastante baixos: 245/35 na frente e 265/35 na traseira. Com isso, a largura aumentou de 1,75 m para 1,80 m.

O para-choque dianteiro foi redesenhado e as três entradas de ar não são meramente gurativas. Além de resfriarem os dois radiadores e os enormes discos de freios ventilados e perfurados, têm a tarefa de criar um efeito chamado de “cortina de ar” sobre as rodas. Ele ajuda na aderência e na estabilidade. Aliás, tudo neste esportivo é voltado para melhorar o desempenho, nada está lá por acaso, apenas para enfeitar. Até mesmo os espelhos retrovisores foram reprojetados para facilitar a passagem do ar e bene ciar a aerodinâmica.

O interior é confortável, bem acabado e, o mais importante, todos os comandos estão sempre ao alcance das mãos, como cabe a um legítimo esportivo. Não espere luxos desnecessários; aqui, a racionalidade impera

 De cima para baixo: bancos tipo concha, alavanca de câmbio curta, retrovisor aerodinâmico, rodas 19” e disco de freio perfurado e o logotipo M

Ao volante, esteja preparado para boas doses de emoção. Toda a força despejada vem do motor de seis cilindros em linha, 3.0 litros, com dois turbos e injeção direta de gasolina. Trata-se da mesma unidade já utilizada no 135i. Aliás, a BMW recebeu críticas no lançamento do Série 1 M por manter, na versão esportiva, o mesmo propulsor usado pelo modelo convencional, principalmente por ele não ser aspirado.

Na pista, pilotando o carro, isso vira detalhe e parece apenas puro preciosismo. O seis cilindros teve a potência aumentada dos 306 cv para 340 cv, obtidos a 5.900 rpm. As reações são precisas e o ponteiro do contagiros sobe rapidamente ao menor toque no acelerador. Enquanto, no interior, os quatro ocupantes são envolvidos pelo ronco provocativo. Boa música para os ouvidos!

As acelerações vigorosas fazem com que as costas dos quatro passageiros sejam pressionadas contra o encosto dos assentos tipo concha. O volante de pequeno raio, com assistência hidráulica, atua de forma direta e o câmbio manual de seis marchas tem engates extremamente precisos e trabalha muito bem os 46 kgfm de torque disponíveis Lançamento a partir de baixíssimos 1.500 rpm (estáveis até as 4.500 rotações). Se a força não for su ciente, esse torque pode subir temporariamente para excelentes 50 kgfm com a função overboost acionada. Basta pressionar o pedal do acelerador até embaixo. Um verdadeiro míssil que, apesar dos seus 1.495 kg, acelera de zero a 100 km/h em 4,9 segundos e atinge os 200 km/h em 17,9 segundos. A velocidade máxima é de “apenas” 250 km/h (limitada eletronicamente).

Na segurança, além do ABS, o esportivo traz controle de estabilidade e dinâmico dos freios, assistente de frenagem em curvas e de saídas em subidas, sistema de compensação da fadiga dos freios e uma função muito interessante, responsável por secar as pastilhas quando estiverem molhadas. Fora isso, é equipado de série com bloqueio M do diferencial variável. O sistema limita o fornecimento de torque para a roda que tiver perda de contato com o solo, aumentando a aderência e melhorando a tração. Outro bom recurso é o M Dynamic Mode (MDM). Ao apertar o botão localizado no painel de instrumentos, ocorre uma diminuição da intervenção do controle de estabilidade, permitindo ao motorista realizar belas saídas de traseira e brincar de piloto sem correr grandes riscos reais.

O Série 1 M pode ser uma boa alternativa de esportivo para ser usado no dia a dia. O motor é suave em baixas velocidades e o coupé tem até um bom porta-malas. Ou seja, apesar de endiabrado pode acomodar as compras do mercado e as bagagens da família.

O biturbo foi alvo de críticas quando escolhido para a versão M, mas o resultado é incrivelmente bom

Nova geração bate à porta

A BMW já revelou as primeiras imagens da segunda geração de seu pequeno modelo. O Série 1 2012 (que será apresentado em Frankfurt, em setembro) manterá as linhas básicas semelhantes às do atual, mas trará novidades externas e internas. Os conjuntos óticos dianteiro e traseiro são novos, o capô é mais pronunciado e o painel mais requintado. Graças ao aumento da distância entre-eixos, os passageiros contarão com espaço extra para as pernas e o bagageiro cará maior. Estreiam ainda novos motores.

Com o uso do overboost, o torque do motor seis cilindros de 340 cv chega à excelente marca de 50 kgfm

BMW

Série 1M Coupé

MOTOR seis cilindros em linha, 3,0 litros, 24 V, injeção direta, biturbo TRANSMISSÃO manual, seis marchas, tração traseira, bloqueio do diferencial DIMENSÕES comp.: 4,38 m – larg.: 1,80 m – alt.: 1,42 m ENTRE-EIXOS 2,660 m PORTA-MALAS 370 litros PNEUS dianteiros: 245/35 R19 / traseiros: 265/35 R19 PESO 1.495 kg • GASOLINA POTÊNCIA 340 cv a 5.900 rpm TORQUE 45,9 kgfm de 1.500 a 4.500 rpm (com overboost 50 kgfm) VEL. MÁX. 250 km/h (limitada) 0 – 100 km/h 4s9 CONSUMO (km/l) cid.: 7,4 / est.: 13,7 CONSUMO REAL (km/l) cid.: 5,7 / est.: 9,7