Não poderia haver momento melhor para eu falar do Mercedes SLK 350. Afinal, o inimigo número um da BMW Z4 e do Audi TT/TTS foi redesenhado com clara inspiração no superesportivo com asas de gaivota SLS. Assim, o menor e mais barato conversível da marca alemã, que você vê nas fotos destas páginas, adiantou as linhas do maior e mais exclusivo carro da companhia, o SLS Roadster, que acaba de ser lançado na Europa – onde o avaliei pouco depois de minha experiência com o SLK (confira a reportagem completa com o modelo nesta edição).

O novo desenho deixou o SLK com a carroceria mais larga, mas o interior não deixou de ser claustrofóbico. A falta de espaço é compensada pela magnífica posição de dirigir e pelo principal atrativo do carro: a possibilidade de remover a capota rígida ao toque de um botão. Mas, mesmo em um dia de chuva, dá para curtir a cabine, com bancos que acomodam muito bem o corpo, acabamento refinado e linhas sensuais em cada detalhe, das maçanetas às saídas de ar (também inspiradas no SLS). Pena que essa versão tenha o teto panorâmico em policarbonato: apesar de escurecido, falta uma cortina para barrar o sol que, às vezes, incomoda. A versão mais básica tem teto rígido e o Magic Sky Control, teto de vidro com escurecimento elétrico, não veio como opcional – deve equipar só a futura versão 55 AMG.

O sistema AriGuide (abaixo) substitui as telinhas normalmente usadas em roadsters para diminuir a turbulência causada pela passagem do vento

Novo também é o motor. Essa unidade com injeção direta deixou o roadster mais potente que Z4 e TT. Agora são 306 cv com o mesmo câmbio automático de sete marchas. Leve, o carro acelera até 100 km/h em 5,6 segundos. Mas um dos maiores destaques do motor, acredite, está no ronco. É só acelerar para confirmar essa característica. Dinamicamente, o SLK é irrepreensível – melhor até que o “irmão do meio” SL. Há quem diga que, nas pistas, ele chega a ser mais equilibrado que o SLS. Por R$ 252.900, o SLK 350 é a opção mais racional entre os conversíveis da marca. Na versão quatro cilindros (R$ 189.900), falta esportividade.O novíssimo SLS Roadster? Custa três vezes mais. Só para quem pode. Para quem não pode, a “miniatura” é um belo prêmio de consolação.

O interior, também inspirado no do SLS, pode ser claustrofóbico, mas não dispensa o requinte e o conforto. O câmbio é automático de sete marchas e o comando de abertura da capota, fica protegido dentro de uma espécie de estojo, no console central