Pré-requisito para entrar nesse confronto: ter mais de 500 cv! O Audi RS 6 Avant, equipado com um motor V10 biturbo de cinco litros com injeção direta, atinge a extraordinária marca dos 580 cv com força de 66,3 kgfm.

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São 116 cv/l de potência específica e 13,3 kgfm/l de torque específico. É como um motor 1.0 de 116 cv e 13,3 kgfm! Com esse supermotor fica para o RS 6 e sua tração integral a melhor performance diante do Mercedes E 63 AMG e do Jaguar XFR.

Mas, atente para isso, não é uma performance muito superior, esmagadora: a vantagem foi até modesta, se considerarmos os 525 cv do Mercedes e os 510 cv do Jaguar.

Outros fatores influenciam na performance, além da potência, e tanto Mercedes quanto Jaguar são marcas que detém muita tecnologia. O Mercedes, mesmo equipado com um motor V-8 aspirado de 6,2 litros, chegou a uma marca de torque que surpreende para um “aspiradão”: 64,2 kgfm, não muito distante dos 66,3 kgfm do Audi.

E, por se tratar de um aspirado de grande capacidade cúbica, essa força mostruosa já surge desde rotações um pouco acima da marcha lenta. Na prática, isso significa que o Mercedes E AMG já mostra a que veio desde a saída, vigorosa e cheia de vida. Como dizia um preparador italiano amigo: “cilindrada é cilindrada e com capacidade cúbica não se discute”. Somando essa característica do Mercedes a seus contidos 1.840 kg (o mais “leve” dos três) percebe-se por que a performance do sedã é tão próxima à da station da Audi.

O Jaguar é o mais “civilizado”. Apesar do desempenho forte, pode rodar suave na cidade. Entre os itens de destaque, tela LCD touch screen (e sintonia de tevê), desembaçador do vidro dianteiro, seletor de câmbio giratório, além de modo esportivo acionado por botão e um exclusivo airbag no capô para proteger possíveis vítimas de atropelamento

A questão que logo vem a seguir é sobre o Jaguar, que tem “só” 510 cv. Será que ele anda muito menos por isso? Não. Com 1.891 kg, tem performance semelhante à dos alemães. Na receita do motor, um V-8 de cinco litros de injeção direta que usa o supercharger na sobrealimentação.

Mesmo a potência máxima sendo a menor entre os três, seu torque máximo atinge os 63,7 kgfm começando aos 2.500 rpm e ficando estável nesse valor até os 5.500 rpm. Dirigir o Jaguar é uma experiência ímpar de tão agradável. Sem dúvida, o mais “civilizado” dos três. Vamos aos números?

Na aceleração de zero a 100 km/h, a melhor marca fica com o E 63 AMG. Mais leve, equipado com motor de maior capacidade cúbica e câmbio de sete marchas, o Mercedes atinge os 100 km/h em 4s5.

Praticamente empatada vem a station da Audi, que completa a mesma prova em 4s6, (a versão sedã do Audi RS 6 completa a prova no mesmo tempo do Mercedes, mesmo dispondo de câmbio de seis marchas e sem o controle de largada – igual ao do Mercedes –, só disponível nos modelos com câmbio de dupla embreagem).

O Jaguar XFR chega aos 100 km/h em 4s9. De qualquer forma, todos são muito rápidos quando conseguem atingir os 100 km/h em menos de cinco segundos! Uma marca atingida por pouquíssimos carros em todo o mundo.

Velocidade máxima? Limitada eletronicamente em 250 km/h nos dois sedãs e 280 km/h na perua RS 6. Máximas reais? No E63 há um kit esportivo AMG, fornecido apenas sob encomenda, que permite ao sedã alemão chegar aos 300 km/h, segundo a fábrica; no Audi, o número real de limite dos RS 6 encomendados a partir de agora é de 303 km/h; e, com o Jaguar XFR, sem o limitador eletrônico, chegam-se aos 290 km/h de máxima real.

No Audi, interior esportivo: bancosconcha (um tanto desconfortáveis para uso diário) sem ajustes elétricos, volante com base achatada e revestido em camurça (que faz as mãos suarem demais), e muito cromado.

O acerto da suspensão DRC, escolhido no seletor giratório do Drive Select, é visualizado na tela de cristal líquido do painel

Na transmissão, automática para todos, são seis marchas no Audi e no Jaguar e sete no Mercedes.

A tração é traseira no Mercedes e no Jaguar e integral no Audi. Para contornar curvas, principalmente nos pisos molhados, a tração integral dá mais confiança, mas custa ao RS6 um peso maior, além de mais perda mecânica pelo sistema de transmissão. Ou seja, precisa-se de mais potência para realizar o mesmo trabalho.

Por isso, a maior potência do Audi não se reflete de maneira tão marcante na performance. Comportamento dinâmico irrepreensível em todos: trafega-se a 240 km/h em qualquer um deles e a estabilidade direcional dá total segurança a quem dirige.

Rodas, pneus, construção das suspensões e sistemas de direção, perfil aerodinâmico e distribuição de peso são fatores que contribuem para esse comportamento dinâmico tão positivo nos três.

O interior do Mercedes é um meio-termo entre os de Jaguar e Audi. Oferece sintonia de tevê e ar-condicionado nos bancos, elétricos como no cupê inglês, mas é o único com acertos separados para câmbio e suspensão (nos demais, são configurados em conjunto). Mas não tem o freio de estacionamento eletrônico

O consumo re ete algumas características desses carros. As melhores marcas são da Mercedes: na estrada, a média cou na casa dos 8,5 km/l e, na cidade, ao redor dos 4 km/l. No Jaguar, as marcas ficaram próximas dos 8 km/l na estrada e dos 4 km/l na cidade. O maior “glutão” do teste foi o Audi.

Dirigido no mesmo ritmo dos adversários, suas marcas ficaram na casa dos 7 km/l na estrada e pouco mais de 3 km/l na cidade. O maior peso e as maiores perdas mecânicas da transmissão por conta da tração integral cobram o seu preço de novo.

Qual comprar? O Audi RS 6 Avant – se você busca um carro quase “racing”, com suspensão dura, bancos-concha com regulagem manual e dinâmica esportiva – sai por R$ 554.300. O Mercedes E 63 AMG é para quem procura um carro com um bom tanto de “racing”, mas não quer perder o glamour da marca, com conforto e esmero no acabamento.

Custa US$ 248.000 (cerca de R$ 437.000). Por causa de suas características esportivas, os dois primeiros são feras na estrada, mas ásperos para enfrentar o piso das cidades. Sua escolha recairá sobre o Jaguar XFR se você procura um carro mais requintado e sofisticado, mas não gosta de levar desaforo para casa.

Sua suspensão permite o uso diário, mesmo na cidade, e seu desempenho é marcante.

Ele custa R$ 445.000. É bom lembrar que a BMW M5 ficou de fora por estar com a produção suspensa até que venha a versão com a nova carroceria e motor V8 biturbo e que a Mercedes E 63 AMG receberá um novo motor também V8 biturbo em substituição ao V8 6.2 deste modelo avaliado. Fique atento…