01/03/2008 - 0:00
Otávio comprou a Jordan que venceu o GP Brasil de F-1 de 2003, pilotada por Giancarlo Fisichella. Além do monoposto, o apresentador tem miniaturas dele e o capacete usado no dia da prova. Tudo autografado pelo próprio Fisichella
Geralmente, a maioria das crianças sonha em ser bombeiro, astronauta, policial, ou se imagina em outras profissões que proporcionam muita adrenalina. Mas a maioria delas, quando cresce, deixa estes sonhos de lado para seguir carreiras mais estáveis e seguras. São poucos os que não mudam de idéia e acabam insistindo nos sonhos de infância. O apresentador Otávio Mesquita faz parte dessa minoria. Se engana quem acha que ser um artista famoso era seu principal objetivo na vida. “Trabalhar na televisão e ser uma pessoa pública era meu plano B”, afirma Mesquita, que queria mesmo era ser piloto de Fórmula 1.
Nascido em uma família sem estrutura para bancá- lo no automobilismo, Otávio só foi ter sua primeira experiência nas pistas quando já tinha 30 anos, competindo em uma categoria de kart. O vício o pegou de jeito, e um ano depois lá estava o apresentador estreando na Copa Fiat Uno, em Interlagos, largando na última colocação de um grid formado por 45 carros. Devido a sua falta de experiência nas pistas, ao ver o sinal verde se acender saiu ultrapassando todo mundo. Apenas quando já estava na segunda colocação percebeu que a corrida ainda não tinha começado, e os carros estavam na tradicional volta de apresentação. “Meu Uno estava muito mais rápido que os demais. Cheguei a achar que tinham colocado um turbo ou coisa parecida”, conta.
Acima, Mesquita ganha de Fisichella um capacete autografado. Ao lado, o apresentador exibe, com orgulho, a Jordan, que fica na parede de sua sala de estar
Nascido em uma família sem estrutura para bancá- lo no automobilismo, Otávio só foi ter sua primeira experiência nas pistas quando já tinha 30 anos, competindo em uma categoria de kart. O vício o pegou de jeito, e um ano depois lá estava o apresentador estreando na Copa Fiat Uno, em Interlagos, largando na última colocação de um grid formado por 45 carros. Devido a sua falta de experiência nas pistas, ao ver o sinal verde se acender saiu ultrapassando todo mundo. Apenas quando já estava na segunda colocação percebeu que a corrida ainda não tinha começado, e os carros estavam na tradicional volta de apresentação. “Meu Uno estava muito mais rápido que os demais. Cheguei a achar que tinham colocado um turbo ou coisa parecida”, conta.
A realização do sonho o emocionou tanto que, ao completar a décima volta, estava aos prantos dentro do cockpit. “Costumo dizer que as três maiores emoções de minha vida foram os nascimentos de meus dois filhos e as voltas que dei de Benetton na França”. Assim que saiu do carro, encontrou Fisichella. O piloto estranhou o fato de Mesquita estar chorando, e perguntou o porquê. A resposta veio seguida de outra promessa. “Prometi que compraria um F1 pilotado por ele para pendurá- lo na parede da sala de uma casa que ainda construiria.” E novamente cumpriu o prometido. No final de 2006, comprou a Jordan que Fisichella pilotou quando ganhou o GP Brasil de 2003.
“Costumo dizer que as três maiores emoções de minha vida foram os nascimentos de meus dois filhos e as voltas que dei de Fórmula 1, na França”
O carro pertencia a um ex-engenheiro da equipe que o tinha recebido como parte de pagamento de dívidas trabalhistas. Depois de muita negociação, a compra foi efetivada. O monoposto tinha tamanha importância que, quando Otávio foi construir sua casa, antes de fazer a planta já tinha determinado o lugar onde ele ficaria. “Chamei o arquiteto e disse que já estava determinado que na sala teria uma parede de 12 metros. Ordenei que construísse a casa ao redor da parede, para que o carro ficasse em evidência” conta.
Para receber o monoposto, Mesquita fez uma festa com muitas personalidades do meio automobilístico. O principal convidado era o próprio Fisichella, que autografou o bico da Jordan e um capacete, presente para Otávio.
Segundo Mesquita, não há melhor forma de relaxar e tirar o estresse do que pilotar. “Quando estou deprimido, cansado ou desanimado, ligo para minha equipe e marco um treino. Para mim é o melhor remédio.” Nem quando está longe dos autódromos ele deixa de pilotar. Em sua casa, montou um simulador com o jogo “Porsche Cup”: difícil foi continuar a entrevista com o piloto tão entretido na brincadeira. Falando em diversão, até no ambiente competitivo das corridas o apresentador não dispensa as palhaçadas. Não são poucas suas histórias hilárias. Uma delas aconteceu quando ainda disputava o campeonato de DTM Pick-Up. Disputando posições numa fila de cinco pilotos, Mesquita teve um problema que o fez abandonar a prova. Desapontado olhando a corrida da caixa de brita, percebeu que cada vez que os outros pilotos passavam por ele faziam alguma provocação. Ele resolveu descontar, e na passagem seguinte fez um famoso “bundalelê” para todos. O resultado foi vários pilotos perdendo posições por se desconcentrarem com a brincadeira. “Foi muito engraçado! Vi que alguns foram ultrapassados e outros se atrapalharam, quase saindo da pista.”
É com esse espírito que trata uma das principais paixões de sua vida, o automobilismo. “Vejo esse esporte com muito romantismo. Costumo me emocionar muito a cada conquista, pois para mim são como sonhos que se realizam”, diz o piloto, que este ano disputará a Porsche Cup e a GT3 Cup. Um apaixonado por velocidade!
“Para mim não há melhor maneira de tirar o estresse do que pilotar. Sempre que estou cansado, triste ou desanimado, mando minha equipe colocar o carro na pista para eu correr. Considero o melhor remédio”