01/03/2010 - 0:00
Os faróis têm 24 LEDs e as rodas são aro 19, com pneus 235/35 na frente e 295/30 atrás
Anote aí: são apenas duas letras e três números. R8 V10. Mas não se engane. A simplicidade do nome não tem absolutamente nada a ver com o barulho que ele pode causar. E olha que eu não estou falando apenas do motor do R8 V10, o superesportivo da Audi que chega para brigar com pesos-pesados como Ferrari e Lamborghini. A diferença é que ele custa a metade. Não que R$ 695 mil seja uma pechincha, mas não assusta quem busca um carro com essa performance.
A primeira percepção que tive foi que esse carro não é qualquer um. Logo que fui pegá-lo na porta do hotel Fontainebleau, um dos maiores hotéis de Miami, ele estava cercado de hóspedes endinheirados, que, com celulares e máquinas fotográficas, não saíam de perto dele. É fácil entender o porquê: o design do R8 é incrível. Inspirado no carro que venceu cinco vezes as 24 horas de Le Mans, ele é futurista. Não por acaso, foi escolhido para ser a estrela do filme O Homem de Ferro.
Mas bom mesmo foi pegar a chave da mão do manobrista, que, se pudesse, não saía de perto dele. Todos os olhares automaticamente se viraram para mim, com ar de inveja. Pena que eu não era o dono, mas ninguém aqui em Miami precisava saber. Dar a partida e ouvir o motor é um show à parte. O V10 avisa a todos, mesmo os mais distantes, que é hora de sair. E é pelas ruas de Miami que desfilo:
em cada bairro percebo olhos fitando o veículo. Quando decido esticar o motor, é uma covardia com aqueles que tentavam me acompanhar. O cupê de dois lugares tem mesmo o DNA das corridas, só que feito para as ruas. Acelera de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos e tem velocidade máxima de 316 km/h (limitada eletronicamente).
Acima, o poderoso motor Lamborghini com dez cilindros e comando variável tanto na admissão quanto no escape
A esportividade do R8V10 está por todos os lados. Nas entradas de ar frontais, pintadas de preto com alto brilho – que são direcionadas para os três radiadores – ou mesmo nos suportes da grade, que são revestidos com cromo. Atrás das portas, um direcionador de ar é necessário para refrigerar o motor V10, tamanha a potência do veículo. Os faróis são iluminados por 24 LEDs, com luzes que, quando acesas, dão harmonia e fluidez ao veículo.
A referência à potência do motor V10 é simples e discreta, colocada nas laterais do veículo, e o escapamento tem duas grandes saídas ovais. Já o spoiler é acionado assim que pisamos um pouco mais fundo no acelerador.
Pode-se movê-lo também manualmente, caso o motorista queira fazer um charme. As pistas largas com varias faixas e o asfalto de primeira qualidade dão uma segurança ainda maior ao R8. Nas curvas, parece que ele está sobre trilhos, tamanha sua estabilidade. O motor, praticamente feito à mão, gera 525 cv. A transmissão é automática de seis velocidades e podese dirigir no modo normal ou esportivo, ou ainda no modo sequencial. Para mais emoção, optei por usar os “paddles” do volante, que dão a sensação de se estar dirigindo um carro de Fórmula 1.
O porta-malas leva apenas 100 litros de bagagem e fica na dianteira, já que a traseira é ocupada pelo motor – que pode ser admirado por uma cúpula transparente. No painel, a tela de 6,5 polegadas tem todas as informações necessárias, além do GPS 3D. Para estacionar, basta engatar a ré e a tela mostra imagens da parte traseira do veículo. Ao fazer a baliza, ele mostra linhas virtuais com a trajetória prevista. Os bancos são ajustáveis eletricamente e o som do carro pode ser da marca dinamarquesa Bang & Olufsen, uma empresa reconhecida mundialmente pelo seu design e qualidade dos produtos que fabrica.
No final do dia é hora de voltar ao hotel, e o carro é novamente cercado por turistas e hóspedes. Recomeçam os flashes em cima do R8 V10. Não tem jeito. Se você pretende comprá-lo, pode ir se acostumando. Mesmo que você não seja famoso, vai viver cercado por paparazzi.