Há mais de uma década a coreana SsangYong está no Brasil, mas talvez seja melhor deixar essa história, sem muito sucesso, para trás. Modelos recentes como Kyron e Actyon, embora ainda “inusitados”, começaram a tirar da marca a fama de fabricante de carros feios. Agora, a novidade se chama Korando. É a quarta geração de um carro que nunca foi tão importante. Ela marca uma revolução na montadora por várias razões. A primeira é a mais marcante: saído das pranchetas do italiano Giugiaro, o SUV não tem identidade forte, mas é bem atraente. O tamanho ca entre o do Mitsubishi ASX e o do Honda CR-V, dois de seus alvos.

O Korando é também o primeiro modelo da marca com monobloco, com resultado feliz: o espaço interno é ótimo e o porta-malas acomoda 486 litros; as grandes portas garantem fácil acesso ao banco traseiro, que leva bem três pessoas graças ao assoalho plano; e as suspensões independentes proporcionam conforto em pisos irregulares e boa estabilidade em curvas. A única falha está na direção: em estradas sinuosas, é difícil se acostumar com suas respostas lentas, e a calibração da assistência elétrica é ótima na cidade e em manobras, mas em alta velocidade tem peso exagerado, prejudicando a precisão.

Outra inovação do modelo está no motor, o primeiro próprio da coreana, que antes comprava unidades “aposentadas” da Mercedes. O 2.0 diesel de 175 cv é moderno, com injeção common rail de terceira geração, turbina de geometria variável (torque sempre presente) e pouca vibração. Em mais de 500 km rodados com o carro, seu propulsor se mostrou bem elástico e com respostas rápidas, movimentando o SUV com muita facilidade.

O consumo não é brilhante, mas justi cável: o carro é pesado e a aerodinâmica não ajuda. Combinado com o motor, um suave câmbio automático de seis marchas com opção de trocas no volante. O único problema do conjunto está no ruído que invade a cabine nas esticadas e acima dos 130/140 km/h. A tração é integral, mas o eixo traseiro é acoplado automaticamente apenas quando necessário. Um botão permite bloquear 50% do torque para cada um dos eixos.

O excesso de plástico duro é compensado pela farta lista de equipamentos, com seis airbags, câmera de ré, sensor de chuva e teto-solar, entre outros

Por dentro, os bancos são confortáveis e a posição de dirigir agrada, com bom ajuste de altura e profundidade do volante. No acabamento, plásticos rígidos mais agradáveis aos olhos do que ao toque. Um deslize compensado pela farta lista de equipamentos. Todo Korando vem com ar-condicionado automático, seis airbags, ESP, sistema anticapotamento, piloto automático e muito mais. Na versão top avaliada, bancos de couro, teto-solar, sensor de chuva e câmera de ré, entre outros itens.

Há versões manuais de seis marchas por R$ 89.900 e R$ 94.600, e automáticas de R$ 102.900, R$ 109.900 e R$ 119.900 (versão das fotos).Valores similares aos dos rivais a gasolina, mas, além do pacote completo, o Korando tem motor a diesel. O combustível é mais barato, o consumo, baixo, e a durabilidade, maior. O desempenho, então, é muito superior ao dos modelos quatro cilindros a gasolina. Uma oferta excelente – e um promissor renascimento para a SsangYong.

SsangYong Korando GLS Executivo

MOTOR quatro cilindros em linha, 2,0 litros, 16V, turbo com geometria variável, intercooler, common rail TRANSMISSÃO automática sequencial, seis marchas, comandos no volante, tração integral (traseira sob demanda), bloqueio do 4×4 DIMENSÕES comp.: 4,41 m – larg.: 1,83 m – alt.: 1,71 m ENTRE-EIXOS 2,650 m PORTA-MALAS 486 a 1.312 litros PNEUS 225/55 R18 PESO 1.747 kg • DIESEL POTÊNCIA 175 cv a 4.000 rpm TORQUE 36,7 kgfm de 2.000 a 3.000 rpm VELOCIDADE MÁXIMA 180 km/h* 0 – 100 km/h 9,3 segundos* CONSUMO cidade: 10,4 km/l – estrada: 15,8 km/l (na Europa) CONSUMO REAL cidade: 10,6 km/l – estrada: 13 km/l*