A Stellantis, proprietária da Chrysler, Fiat e Jeep entre outras várias marcas, disse na quinta-feira, 26, que estava gastando o equivalente a cerca de US$ 1,6 bilhão para comprar uma participação de cerca de 20% na Zhejiang Leapmotor Technology, que lhe dará direito a dois assentos no conselho e o direito de se tornará exportador exclusivo da Leapmotor. As duas companhias formarão uma joint venture com sede na Europa, na qual a Stellantis deterá 51%.

O acordo gera comparações com o investimento de US$ 700 milhões da Volkswagen na Xpeng, outra fabricante chinesa de veículos elétricos, em julho.

Ambas podem ser interpretadas como admissões de que os fabricantes de automóveis ocidentais precisam da tecnologia chinesa de veículos elétricos, tal como os chineses outrora precisavam da tecnologia ocidental de motores a gasolina.

Mas enquanto a Volkswagen e a Xpeng trabalham em conjunto no desenvolvimento de veículos com o emblema VW para o mercado chinês, a Stellantis e a Leapmotor estão se unindo para vender modelos Leapmotor fora da China.

A VW está preocupada com a queda da sua participação no mercado chinês, que liderou até o início deste ano. A Stellantis, que praticamente deixou a China depois de se desentender com um anterior parceiro, está preocupada com a sua participação em outros mercados.

As empresas chinesas podem produzir veículos elétricos 30% mais baratos do que as ocidentais, de acordo com a pesquisa da Stellantis. À medida que os chineses começarem a exportar de forma mais agressiva, essa diferença de custos pode se tornar um problema existencial para grandes grupos globais como Stellantis, Toyota e Volkswagen.

“Estou colocando no meu portfólio uma montadora chinesa que pode competir com os concorrentes chineses”, disse o CEO, Carlos Tavares, em teleconferência com analistas. Fonte: Dow Jones Newswires.