10/07/2025 - 7:00
A frota nacional de carros blindados aumenta a cada ano, pelo menos desde 2021, de acordo com levantamento da Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem). Só em 2024, já foram mais de 34,4 mil unidades equipadas com a proteção balística, um salto de 17,5% frente a 2023. No total, são cerca de 400 mil carros blindados em circulação pelo país, também de acordo com a Associação.
O estado de São Paulo lidera o ranking nacional, concentrando quase 85% das blindagens realizadas em 2024, com 28.962 unidades, enquanto as marcas preferidas para instalação da proteção contra projéteis são Toyota, Jeep, BMW, Volkswagen e BYD, pelos dados da Abrablin.
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Segundo Sandro Christovam Bearare, especialista em segurança, pós-graduado em Perícias Criminais e Ciências Forenses, esse crescimento é uma resposta ao aumento dos índices de criminalidade: “A violência, sobretudo a armada, é um medo que aflige a nossa população, que busca diferentes formas de se proteger”.
O especialista, porém, ressalta só estar a bordo de um carro blindado não garante segurança total. “Não adianta estar em um carro blindado se a operação de saída do veículo leva mais tempo que o necessário ou se a sua rotina é tão previsível que pode ser decorada por alguém com más intenções, por exemplo”, completa.

Por essas e outras, veja 10 dicas para você que anda de carro blindado, mas deve se atentar a alguns hábitos em prol da sua segurança:
Blindagem não é escudo absoluto
A blindagem oferece proteção balística, mas não protege contra erros de procedimentos, e o comportamento do motorista continua sendo o fator mais determinante na sobrevivência.

Evite rotinas previsíveis
Varie trajetos e horários. O maior erro de quem tem blindado é acreditar que pode manter a mesma rotina. Criminosos estudam padrões, e repetição pode ser vulnerabilidade.
Nunca pare o veículo em zonas críticas
Evite parar próximo a esquinas, entradas de comunidades, becos, locais escuros, áreas sem câmeras ou com visibilidade comprometida. Mantenha o carro sempre em posição de rápido deslocamento, mesmo quando estiver parado.

Treine entrada e saída com fluidez e atenção
Saídas e entradas devem ser rápidas e coordenadas. Evite usar celular, ajustar espelhos ou se maquiar nesses momentos críticos. Treine com os ocupantes para agir com fluidez, foco e mínima exposição, como em uma transição sob risco.
Revise a blindagem e desative automatismos perigosos
Blindagem é como colete: exige manutenção. Revise vidros, portas, sistemas elétricos e borrachas de vedação a cada 6 meses. Configure o carro para não abrir ou fechar portas automaticamente — prefira operações manuais para essas funções.
Não ostente o carro blindado
Blindado de luxo chama atenção. E atenção demais atrai riscos. Mantenha discrição, principalmente em áreas de risco elevado. Aparência comum, comportamento tático.
Não confie nos vidros semiabertos
Evite abrir parcialmente o vidro blindado – mesmo com sistema de “half open”. Isso cria uma brecha crítica em ataques rápidos. Janela é ponto fraco: mantenha fechada sempre que possível.

Use película escura e evite mostrar ocupantes
Manter a visibilidade interna baixa protege sua identidade e reduz riscos de abordagem planejada. A ideia é parecer um “veículo comum” em todos os sentidos.
Simule situações reais e reforce as reações
Treine procedimentos de segurança, manobras de evasão e resposta a emboscadas. Isso reduz drasticamente o tempo de reação e aumenta a confiança dos ocupantes. Em qualquer atentado, fuja da zona de confronto. Não fique parado.

Invista em formação e consultoria constantes
Segurança se atualiza. Participe de cursos especializados, treinos práticos e mantenha acompanhamento com especialistas em proteção veicular. Informação, prática e estratégia valem mais que qualquer nível de blindagem.