Nos primeiros meses do ano, e até o final do verão, muitas cidades sofrem com fortes tempestades e, conseqüentemente, com os alagamentos. Culpa da estrutura viária deficiente e, principalmente, da excessiva impermeabilização do solo. Quando você dirige em um trecho alagado, o carro pára e a água invade seu interior, os danos tornam-se quase inevitáveis. Além de comprometer todo o acabamento interior do veículo, os danos mais graves podem ocorrer nas partes mecânicas e elétricas, o que põe em cheque a viabilidade de uma restauração.

Depois de saber até onde a água chegou, é iniciado o processo de desmontagem. Todos os locais afetados são limpos e dedetizados. A lataria também é lubrificada, para evitar futuros problemas de ferrugem

De acordo com Luiz Carlos Lopes de Almeida, proprietário da Lucar Limpeza, empresa de São Paulo especializada neste tipo de serviço, para recuperar um veículo alagado o primeiro a fazer é analisar até onde a água chegou. Depois da análise, é iniciado o processo de desmontagem, para que todas as peças sejam lavadas e dedetizadas (com inseticidas que matam bactérias). A lataria também é limpa e lubrificada, para evitar ferrugem. No geral, todas as partes sujas recebem essa higienização. Nos casos em que apenas a parte interior do veículo foi comprometida, uma boa limpeza já é suficiente.

“O carro nunca fica como era, mas garantimos que é quase totalmente recuperado. O resultado costuma surpreender os proprietários”, afirma Luiz. Segundo ele, o custo da limpeza e recuperação de um carro varia de R$ 300 a R$ 5 mil, dependendo do estado do carro. Isso sem contar gastos com reparos elétricos e mecânicos, que podem até ultrapassar o valor do veículo. A limpeza pode demorar de algumas horas a até vinte dias de trabalho.

Mas a sujeira não é a maior complicação de carros que foram alagados. O que compromete mais o veículo são os danos nas partes elétricas e mecânicas. Quando um automóvel fica totalmente submerso, a água pode acabar invadindo a câmara de combustão. Aí, se o motorista tenta dar a partida, a água, que não pode ser comprimida como o combustível, acaba danificando o motor – e a quebra da biela é quase certa.

“O CARRO NÃO FICA COMO ERA, MAS O SERVIÇO COSTUMA SURPREENDER BASTANTE OS CLIENTES”

Luiz Carlos Lopes,

dono da Lucar Limpeza

Outra grave conseqüência é a mistura de água com o óleo do motor, o que prejudica totalmente o processo de lubrificação. O engenheiro Rodrigo Faggi, do laboratório de motores da Faculdade Mauá, explica por que a entrada de água no motor é tão prejudicial: “Assim como em uma TV, que tem a carcaça protegendo-a da água, quando ela é exposta de maneira que essa proteção não mais impeça a penetração do líquido, certamente haverá problemas”. Segundo ele, não há como saber se vale a pena ou não consertar um motor que sofreu tais danos. A decisão depende da complexidade do serviço e do preço.

A principal dica, mais óbvia e mais importante, é: não tente atravessar trechos alagados. Se aconteceu o inevitável e o carro já está submerso, mesmo que apenas parcialmente, não tente ligá-lo. A atitude certa, nestes casos, é manter a calma e procurar ajuda para guinchar o veículo para fora do alagamento. Depois disso, leve-o a uma boa oficina, que tomará as devidas providências para ligar o motor novamente sem causar danos a ele.

DICAS

Choveu PEDRA

As chuvas de granizo também costumam danificar bastante os carros. Dependendo da intensidade e do tamanho das pedras de gelo, a lataria do carro pode ficar cheia de pequenas cavidades. O melhor método para reparar esses danos é o “martelinho de ouro”, que desamassa a lataria sem a necessidade de uma nova pintura. Isso faz com que não se perca a originalidade do veículo. O resultado é tão bom que o reparo fica imperceptível. “O método é totalmente artesanal, apenas desmontamos os revestimentos da parte interna do ponto atingido e voltamos a lataria para sua posição original”, explica Luiz Carlos Lopes, que também oferece esse serviço em sua oficina. O trabalho pode variar de R$ 2 mil a R 3 mil, se o carro estiver com capô, teto e porta-malas danificados.

SERVIÇO: LUCAR LIMPEZA

R. Conde Prates, 1.000 – Mooca, São Paulo, SP – Fone/fax: (11) 6121-4444