26/08/2013 - 13:54
O Renault Mégane R.S. tem atributos para qualquer viciado em carro sorrir de “orelha a orelha”. Ele acelera com vigor, tem bom comportamento dinâmico e freios para lá de eficientes. O hot-coupé leva o pedigree da Renault Sport, daí a sigla R.S. Sua vinda para o Brasil não está agendada, mas a Renault estuda essa possibilidade. Tivemos a chance de acelerar o modelo na reta de 1.400 m de extensão do Aeródromo do Broa, em Itirapina (SP). Ao final, cravamos a velocidade de 200 km/h.
São duas configurações de chassis: a civilizada Sport e a apimentada Cup. O temperamento do Mégane R.S. é imperativo graças a 80% do torque máximo disponível logo a baixíssimas 1.900 rpm. O motor 2.0 não é exatamente o mesmo do Fluence GT – apesar de pertencer à mesma família. Isso porque a divisão Renault Sport colocou um quê a mais e vieram melhorias, entre elas a evolução do turbo compressor, conversor variável contínuo no eixo de comando de admissão, novos trocadores de calor para o óleo e o ar da admissão, injeção eletrônica remapeada e novos dutos de admissão, além de pistões e bielas reforçados, comparadas aos utilizados pelo Fluence GT. O ronco encorpado produzido pela grande saída de escapamento é um caso à parte, e aumenta a esportividade do modelo.
Já o Renault Dynamic Management – uma novidade no Mégane R.S. – permite escolher o grau de assistência eletrônica. Ao selecionar o “on”, o ESP (controle de estabilidade), o ASR (antiderrapagem) e o auxílio de frenagem de emergência ficam ativados. No modo “sport”, o ESP e o ASR interferem menos na pilotagem. Já ao selecionar o “off”, todos os controles são desligados e o motorista tem de segurar o carro no braço, se não quiser arranhar a carroceria pintada com a tonalidade amarelo sport.
No caso de você ter desejos de piloto, o RS Monitor é uma telemetria inspirada nos carros de corrida, e informa diferentes parâmetros: pressão do turbo, temperatura do óleo, desempenho (potência e torque), solicitação dos freios, indicação de aceleração lateral e longitudinal, cronômetro, arrancadas de zero a 400 metros e de zero a 100 km/h. No RS Monitor também é possível personalizar o mapeamento do pedal do acelerador: linear, normal, neve, esportivo e radical – desde que o modo “sport” esteja selecionado no Renault Dynamic Management. Para arrancar sem perder a aderência e entregar o máximo desempenho, o sistema Power Start atua junto com o ESP acionado.
O câmbio é manual de seis marchas, com engates bem justos e precisos. Uma luz acende no painel junto de um aviso sonoro para alertar sobre o melhor momento das trocas. Comparado ao Fluence GT, as relações foram alongadas. Para domar o ímpeto mecânico do Mégane R.S., foram instalados freios Brembo. Na dianteira, as pinças têm quatro pistões e discos ventilados de 340 mm. Na traseira, são de 290 mm. Na configuração Cup, os discos têm ranhuras. Como a avaliação do modelo foi feita somente em uma reta de 1.400 m de extensão, não pudemos conferir o desempenho das suspensões nas curvas. No entanto, ficou a sensação do carro colado no chão mesmo a 200 km/h. A versão Cup ainda traz o diferencial de deslizamento limitado para melhorar a dinâmica nas curvas – ele impede que a roda interna da curva gire em falso.
O interior mescla elementos de carbono e detalhes em amarelo nas costuras dos bancos e do volante, nos cintos de segurança, nas abas dos assentos dianteiros e no fundo do conta-giros. A posição de dirigir é baixa e também há pedaleiras e descanso de pé em alumínio. Na Europa, os bancos com desenho esportivo da Recaro são opcionais. Como já dissemos, o Mégane R.S. acelera forte, freia como uma âncora e, de quebra, oferece uma gama de itens de comodidade e de conforto – entre eles, ar-condicionado automático digital de duas zonas, áudio Arkamys, duas opções de navegador por GPS, entrada auxiliar USB, cartão hands free (para entrada e partida sem chave, com travamento por afastamento) e faróis bixenônio. O Mégane R.S. bem que poderia vir para o Brasil, mas ele tem limitações de mercado. Por um lado, é uma pena, pois muitos consumidores (inclusive este jornalista que vos escreve) ficaram muito animados em ter um Mégane R.S.