Após algumas voltas pela pista do Autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu (SP), o motorista sai do Panamera E-Hybrid – que acaba de desembarcar no Brasil custando entre R$ 803 mil e 922 mil – meio desnorteado. Culpa da nova suspensão inteligente Active Ride, pois é pura feitiçaria o que a Porsche conseguiu com este opcional de R$ 57 mil.

Sua missão não é inédita, já que Citröen e Williams-Renault (para citar as mais famosas) partiram da mesma lógica de equilíbrio para chegar a soluções semelhantes, respectivamente em 1955 e 1992, ao que a Porsche apresenta na estreia da terceira geração do sedã por aqui.

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Porsche Panamera 4S E-Hybrid – Foto: Divulgação/Porsche

Em resumo, esse complexo conjunto composto por amortecedores de duas válvulas, motor para bombeamento de fluido e bolsas de ar com uma câmara corrige as oscilações da carroceria em milésimos de segundo.

Também é possível explicar da seguinte forma: nas freadas, a suspensão impede que a carroceria “mergulhe”, como faria naturalmente; da mesma forma, mantém a proa do carro no chão evitando a “empinada” típica das arrancadas. O mesmo vale para curvas à direita ou esquerda: sempre haverá uma força contraposta ao movimento físico consequente ao comando do condutor.

Daí o mal-estar na hora de acelerar na pista. Quando aponta para a esquerda, esperando adornar à direita, o motorista se vê impávido sobre o banco. O cérebro (e o estômago) parecem não entender o que acabou de acontecer. Na curva seguinte à direita, sem o previsível tombar à esquerda, a dupla segue buscando (em vão) respostas na biblioteca biológica do corpo humano.

Porsche Panamera 4S E-Hybrid – Foto: Divulgação/Porsche

Outro teste isola os ocupantes das irregularidades do piso. Ou seja, sobrepõe buracos ou lombadas como se não houve obstáculo algum sob as rodas – que, aliás, têm novos desenhos, tal como faróis, lanternas, capô, para-lamas e para-choques.

Mas os superpoderes da Active Ride não são os únicos encantos do novo Panamera, por ora disponível apenas nas configurações 4 E-Hybrid e 4S E-Hybrid.

Porsche Panamera 4S E-Hybrid – Foto: Divulgação/Porsche

Turbo, o novo motor 2.9 V6 tem 470 cv e 650 Nm de torque na versão de entrada, enquanto na topo de linha salta para 544 cv e 750 Nm. A autonomia passou a ser de 63 quilômetros no modo elétrico, sendo que antes mal passava dos 30 km.

Porsche Panamera 4S E-Hybrid – Foto: Divulgação/Porsche

O interior segue a tendência dos demais modelos da marca, não necessariamente desejada por todos com suas superfícies cada vez mais digitalizadas. É o design sobrepondo a praticidade imbatível dos botões táteis. De resto, níveis de acabamento, luxo e espaço interno como sempre superando expectativas.

Tanto que o mal-estar até já passou.

Porsche Panamera 4S E-Hybrid – Foto: Divulgação/Porsche