Na última década, dois japoneses se revezaram na liderança do segmento de sedãs médios, mas a Toyota tem mais o que comemorar. Enquanto seu Corolla foi líder em sete anos, o rival Honda Civic foi o mais vendido em três: 2007, 2008 (quando a oitava geração conquistou com o design futurista) e 2013 (contra um Corolla com mecânica e visual ultrapassados). Assim, 2014 seria fundamental para a Honda conquistar outro primeiro lugar e tentar equilibrar a disputa – mas isso di cilmente ocorrerá. 

O mercado pode trazer surpresas, mas enquanto a Toyota renovou completamente o Corolla, melhorando substancialmente visual e acabamento e aprimorando a dirigibilidade com o câmbio CVT, a Honda fez muito pouco no Civic 2015 – cujos preços, assim como o carro, seguem quase inalterados. Como a versão EXR 2015 chega depois  do Salão do Automóvel (com nova central multimídia e outras novidades), hoje estão à venda só a LXS 1.8, com câmbio manual (R$ 65.890) ou automático (R$ 68.890), e a LXR automática, com motor 2.0 (R$ 74.900, ou R$ 410 a mais que o modelo 2014). 

Na con guração LXS, o design externo não muda, mas a mecânica 1.8 (nota A de consumo) adota o sistema FlexOne, que elimina o tanque de partida à frio, e a transmissão automática volta a ser oferecida. Na LXR, é a mecânica que não muda nada. As alterações visuais se limitam à nova grade em U, unindo os vincos do capô (igual à do Civic norte-americano), além dos faróis de neblina redondos, da barra cromada no para-choque e das rodas maiores, aro 17, com novo desenho. Os também novos pneus verdes melhoraram discretamente o consumo rodoviário – mas mantiveram o carro com nota B – e tornaram necessária uma (bem-sucedida) recalibração das suspensões, para preservar o conforto sem sacri car sua rmeza e esportividade. Já no interior, a parte superior do painel agora é preta e há anéis cromados e detalhes metalizados. Completam as mudanças a paleta de cores ampliada: há mais uma opção de cinza, além do novo azul denin (a cor do carro fotografado).

Além da escassez de novidades, que não estimulará muito o consumidor, representantes da Honda a rmam que há um gargalo de produção: enquanto a fábrica de Itirapina (SP) não ca pronta, a de Sumaré (SP) tem sofrido para entregar o novo Fit e o Civic na quantidade pedida pelo mercado (o primeiro tem la de espera). Assim, embora o Civic ainda esteja na frente no total de vendas do ano, em maio o Corolla já assumiu a liderança mensal – e deve fechar 2014 na dianteira. Civic novo, de verdade, só em 2016.